da falência
O Reitor, do blogue Educação SA, dedica este post à polémica que lancei a propósito do financiamento das escolas chamadas privadas (os eurozinhos são do orçamento do estado) e da forma como essas entidades contratam professores.
E o Reitor fez-me rir. É um blogue que leio sempre e com muito gosto. Desta vez não responde a qualquer das questões que coloquei. É justa a privatização de lucros no ensino não superior (se fossemos um país civilizado, tirava o não superior)? É admissível que se contratem professores sem qualquer escrutínio público? A minha resposta às duas questões é não.
O Reitor não responde. Limita-se a usar justificações que me levam a acreditar que o Reitor acabará num belo lugar no Banco Central Europeu. Vitor Constâncio usou os mesmos argumentos para se defender no caso BPN: havia um clima de confiança, dizia ele, e o BPN pagava impostos. Meu caro Reitor: não é só de impostos que estamos a falar. É de privatização de lucros, de racionalização da despesa, de democracia, de equidade e de regulação do mercado, meu caro.
Em relação à contratação de professores, o Reitor socorre-se de dois aspectos: retrata como pouco eficientes os concursos para as escolas públicas e lança mão de critérios que nos remetem para os factores de personalidade dos professores.
Ora, que raio de argumentação. Só quero saber uma coisa: uma escola com contrato de associação com o estado, deve ter critérios públicos e transparentes para a contratação dos seus profissionais? Os argumentos do Reitor vestem que nem uma luva o despautério na contratação de assessores, e de outros profissionais, para as empresas públicas e não posso estar mais em desacordo. E podia socorrer-me de outros exemplos.
Começo a convencer-me que a situação é bem pior do que se podia imaginar.