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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

por explicar

02.12.10, Paulo Prudêncio

 

 

Os contratos estatais com as cooperativas de ensino estão a criar problemas; naturalmente. Durante anos, esses acordos aconteciam apenas onde a oferta do estado era insuficiente e fora dos centros urbanos. Os últimos governos do PSD com o CDS, e o governo deste PS anuiu, alteraram esse princípio e houve cooperativas do arco-do-poder que cresceram exponencialmente.

 

O ME deu a conhecer números que indicam que as chamadas escolas privadas são mais caras do que as públicas, ao contrário do que se pensava. Há duas questões que se ligam e que devem obter uma resposta clara.

 

Se as escolas privadas recebem um maior financiamento do que as públicas, e se pagam muito menos em salários, podem fazer privatização de lucros? Há tempos escrevi assim: "se o governo afirma que é um mito dizer-se que o ensino privado em Portugal tem menos custos que o público, é caso para perguntar: para onde vão os eurozinhos? Dirigi uma escola pública com um orçamento anual de cerca 4 milhões de euros. 3 milhões e 920 mil euros, aproximadamente, eram para salários. Se no ensino privado os salários são mais baixos, faz todo o sentido perceber se há privatização de lucros no ensino não superior privado".

 

A outra questão prende-se com a contratação de professores. Durante anos observámos que estas escolas contratavam professores sem qualquer critério conhecido do público e no jeito mais abominável da sociedade portuguesa. Hoje não é diferente. Serão essas contratações definitivas? Sabemos que esta questão incomoda muita gente, onde se integram os professores destas escolas. Há até quem diga que as suas condições profissionais são, em muitos casos, degradantes. Todavia, não é justo que tenham obtido uma colocação financiada pelo estado, e sem qualquer concurso público, e que agora pretendam que isso se torne inquestionável.

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