voto secreto
O sufrágio directo e universal, vulgarmente designado por voto secreto, é fundamental para o exercício democrático e para o progresso das sociedades e das organizações. Mobiliza e responsabiliza.
Mas não basta instituir o voto secreto. É necessário ponderar bem a composição dos cadernos eleitorais. Seria fraca a legitimidade democrática do nosso presidente da República se fosse eleito pelos membros nomeados pelos partidos políticos para o Conselho de Estado ou pelo plenário da Assembleia da República. Seria um presidente corta-fitas, como outrora se designou.
Também não é suficiente instituir o voto. É fundamental que seja secreto e não de braço no ar, por exemplo.
Muitas vezes, e principalmente nas organizações, não se compreendem os baixos níveis de capacidade mobilizadora e de autoridade de quem ocupa cargos de direcção ou coordenação. A primeiras interrogações que se devem colocar, são simples: foi eleito por voto secreto e com que caderno eleitoral? No caso de uma resposta negativa à primeira questão, deve ser colocada outra interrogação imediatamente: por que é que têm medo da democracia?
Há fenómenos humanos, como o medo, por exemplo, que só se espantam assim. Não há pior constrangimento à evolução de uma sociedade ou organização do que a manutenção de uma cultura de medo (mesmo que não passe das intenções). Tem sempre um triste e penoso final.