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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

visto da província

29.11.10, Paulo Prudêncio

 

 

A realidade portuguesa não é homogénea, mas administração central trata-a como tal; por isso é que é central; e fatal. O que impõe, e no caso em apreço um modelo de gestão escolar, é comandado à distância. Ou seja, as ideias são projectadas de fora da escola e as impossibilidades serão sempre cometidas aos actores internos.

 

Encontrei aqui um texto que deve ser lido com atenção.

 

Directores de escola: dirigidos, dirigíveis ou digeridos?

O grande problema da gestão escolar portuguesa, colocado de forma provocatória e assumidamente exagerada, é não haver gestão. (...)Não nos deixam realmente mostrá-lo até ao limite e limitam-nos todos os dias, enterrando-nos em toneladas de papel e ordens impostas, anti-pragmáticas e imbuídas de centralismo e irrealismo, este e todos os governos de que há memória. (...)Temos de dirigir mas acabamos dirigíveis e afogados na bagunçada de papéis de digestão difícil.
E por muito que custe a aceitar a alguns, esse problema começa naquilo a que chamo o complexo representativo-ministerial, isto é, os membros da nossa sociedade que capturaram a representação dos pais e encarregados de educação e professores e os que, ao longo do tempo, fruto da nossa frágil participação política, vão alternando no ministério e seus múltiplos departamentos.(...)



1. O que é um tempo lectivo, definido precisamente e sem dúvidas? Isto é, como conceber um sistema centrado em aulas que não definiu legalmente o que isso é?(...)
4. Quando vai parar a tentação de meter todas as funções, além da leccionação, nos limitados tempos não-lectivos dos docentes (onde já não cabem, sem escolhas que excluam coisas importantes)?
5. Quando haverá um sistema simples de contabilização e distribuição de horas docentes e não a montanha de papel que nos inunda?(...)
10. Quando poderão as escolas determinar realmente o tipo de apoios educativos que prestam e quanto gastam neles sem fórmulas de cálculo exóticas e torcidas de explicar e sem planos, de redacção inútil, custosa e redundante?


(...)A pergunta final: Quando teremos nas escolas verdadeira autonomia (que é sinónimo de efectiva gestão), isto é, a capacidade de fazer uma parte significativa das próprias regras (e não quilométricos e instáveis regulamentos internos onde a falta de referência a uma alínea de um despacho pode implicar ordem de revisão)?

Luís Sottomaior Braga (professor de História do Ensino Básico, Director de um Agrupamento de escolas desde 2007)