ondas de choque
Não param, na europa, as ondas de choque da crise do imobiliário e do subpraime. Agora é Herman van Rompuy, o presidente da União Europeia quase desconhecido para grande parte dos cidadãos do velho continente e mais ainda se perguntarmos pela forma como chegou a esse cargo, que assume o risco do projecto europeu. As dificuldades orçamentais de alguns países são o mote.
A Irlanda e Portugal aparecem, cada vez mais, associados na necessidade de recorrer ao fundo europeu para fazer face às dívidas. A minha percepção vai no sentido da lógica da coisa. Durante anos, os irlandeses aterravam na portela, pegavam num táxi, dirigiam-se a uma qualquer zona do país, assinavam uma escritura e voltavam de imediato ao aeroporto e ao seu país. Como devem ter feito isso em diversas partes do mundo, estão com 32% de défice orçamental e com o sistema bancário na penúria. Para os portugueses construírem as "necessidades" de consumo dos irlandeses, os bancos lusitanos financiaram-se no exterior e, para não decretarem a falência, estão a ser alimentados pelos contribuintes. Se o modelo se mantiver a recessão será dura e as consequências sociais imprevisíveis.