da origem das coisas
Na Europa do sul o poder cria raízes profundas e de modo instantâneo. O meu nicho ecológico confirma-o. Vivo rodeado, e num cluster, dos mais significativos exemplos da espécie; tanto no autárquico como nos restantes. A apropriação do bem comum é o primeiro sinal.
No século passado, Portugal viveu com quarenta e oito anos consecutivos de ditadura; uma experiência abençoada e amiga dos brandos costumes. Sem querer ser muito fracturante, diria que bem lá no fundo continuamos mais ou menos na mesma. É como que um esconderijo para fugir à responsabilidade: empurramos essa "excrescência" para o primeiro que se esquecer de dar um passo atrás.
Quando o espírito cacique está arredio as coisas até progridem. Se a contaminação não prevalecer, o que se segue é o desnorte. Ainda não sabemos viver em democracia e alimentamo-la de modo envergonhado. Não somos democratas por convicção.