desigual
Sabemos que distraem as pessoas com torrentes de insignificâncias, que usufruem de conhecimento científico que lhes permite conhecer melhor os hábitos das pessoas do que elas próprias, que aplicam de forma paulatina, e durante anos, as medidas mais gulosas, que inventam problemas para aplicarem soluções que lhes interessam, que aplicam crises financeiras para fazerem recuar direitos sociais, que infantilizam os discursos como se se dirigissem a "eternas" crianças, que apelam, de forma consecutiva, mais ao emocional do que ao racional, que promovem o "ser inculto" como modelo bem sucedido de vida, que inundam e saturam a sociedade com tecnologia para convencer as classes baixas da sua permanente mediocridade e que passam a ideia que cada um se deve culpar pelo seu insucesso.
Sabemos tudo isto e apesar disso pouco podemos fazer. Estamos numa espécie de jaula. É um combate desigual.
A dívida pública portuguesa tem sido o mote para as reduções que sabemos. Como pode ler aqui, hoje aconteceu um fenómeno que destapou muita coisa. A dívida portuguesa teve uma oferta muito menor do que a procura. São imensos os gulosos que correm atrás da nossa dívida para espanto, ou talvez não, dos especialistas em manipulação. Para o primeiro-ministro e para o ministro das finanças a resposta será clara: a culpa é da avaliação dos professores nos últimos 30 anos que permitiu o estado de desinformação a que chegámos.