small is beautiful
Já tinha escrito que os países que em tempos optaram por escolas de grande escala, com milhares de alunos, perceberem o erro que cometerem e iniciaram, há cerca de uma década, o processo contrário.
São muitas e evidentes as vantagens das escolas pequenas, como se tem enunciado. Mesmo em termos de redução da despesa e em qualquer dos ângulos de análise dessa vertente. É claro que é fundamental que exista uma máquina do estado, e das agências municipais, que seja moderna, que funcione de forma racional e que não se limite a empregar os boys e as girls dos partidos com assento no governo.
O caso português tem características peculiares: os amontoados de escolas iniciaram-se em 1998 e tiveram uma expressão de ou "vai ou racha" a partir de 2005 com a chegada dos que sabem-tudo-e-que-nunca-têm-dúvidas: os reformistas iluminados. Há agrupamentos a (dis)funcionar com mais de 2000 alunos desde essa data e muitos atropelos foram cometidos: os tais projectos, de anos, interrompidos e os mandatos por cumprir. Há um novo modelo de gestão que foi também (im)pensado para viabilizar tudo isso. A questão que se coloca é óbvia: por que é que só agora se protesta com uma veemência generalizada? Por que é que o protesto deixou de ser quase silencioso e reduzido a aldeias de gauleses? A resposta exige uns caracteres. Espero em breve voltar a este assunto. Todavia, são elucidativos alguns sinais: é a primeira vez que a maioria das escolas secundárias entra na lógica dos amontoados e os destinatários das cenouras vêem os seus esforços não compensados uma vez que com a introdução dos "mega-amontoados" os lugares reduzem em cerca de 50%.
Leia a excelente peça da jornalista Clara Viana do Público.
Ao contrário de Portugal, lá fora aposta-se no regresso a escolas mais pequenas
"Em Nova Iorque, a taxa de sucesso entre os alunos que foram transferidos para escolas mais pequenas é superior à dos que permanecem nos velhos estabelecimentos.(...)"