desigualdades
1ª edição em 8 de Julho de 2010.
Na entrada na puberdade as raparigas efectivam um avanço de cerca de dois anos no seu desenvolvimento. A questão que se pode colocar afirma uma situação de desigualdade de oportunidades que parece desfavorecer os rapazes, o que seria impensável questionar há cerca de vinte anos.
O sistema escolar é competitivo desde cedo e as turmas são constituídas em regime da paridade quanto ao número de elementos de cada sexo. Os processos de avaliação dentro dos grupos referidos sujeitam os alunos a frequentes procedimentos de comparação que evidenciam, em regra, um notório conjunto de melhores classificações para quem revele índices de maturidade mais elevados. Essa melhoria de resultados apresenta diferenças mais acentuadas à medida que os anos de escolaridade se somam.
Começa também a ser notória a presença de mais elementos do sexo feminino no ensino superior (dados do www.pordata.pt, indicam, em, 2009 115.372 matrículas pela primeira vez nesse grau de ensino, sendo 51.947 do sexo masculino e 63.425 do sexo feminino) onde chegam com classificações mais elevadas obtidas no final do ensino secundário, tendência que se verifica nos últimos 13 anos e de acordo com os dados do sítio da internet referido.
Peter Singer (2000,) no seu livro Ética Prática, desenvolve um conjunto de pressupostos, de reflexões e de interrogações sobre a aplicação da ética que parecem muito pertinentes e úteis para quem se dedica ao estudo destas matérias.
“(…) Não há qualquer razão logicamente imperiosa para pressupor que uma diferença de capacidade entre duas pessoas justifica quaisquer diferenças na consideração que damos aos seus interesses. A igualdade é um princípio ético fundamental, e não um enunciado de factos. Compreendê-lo-emos melhor se retomarmos a abordagem universal do juízo ético. (...) Mas o elemento fundamental - a consideração dos interesses das pessoas, quaisquer que sejam - tem de aplicar-se a todas as pessoas, independentemente da raça, sexo ou desempenho num teste de inteligência".
Parece que se justifica um qualquer movimento em defesa da igualdade de oportunidades para os rapazes. Era bom que estas e outras reflexões não fossem esquecidas pelos países do ocidente; a ousadia não paga imposto nem está sujeita a raitings. O fim da história foi sempre ontem.
Ps: bem sei que editar um post com este conteúdo é altamente desfavorável se se considerar o lóbi feminino existente (não estou a pensar no de Santo Onofre, juro que não); devo dizer, desde logo, que no meu argumentário inscreve-se uma óbvia verdade (assim mesmo): no estado adulto recuperamos e de que maneira; como se comprova, aliás.