dias e mais dias no tribunal
Seguiu-se a saga do tribunal. Visitas e mais visitas na presença dos pais e do motorista: a atmosfera destes encontros oscila sempre entre a amargura e a consternação; não há espaço para mais.
Escrevo este post em 24 de Janeiro de 2007, preenchido por um sentimento de desilusão pela desgraçada sociedade que temos construído - ei!, todavia, continuo com um invencível optimismo -.
Dez anos depois, as audiências estão em estado interminável: hoje, não havia sala disponível. Tinham sido convocadas mais audiências do que o número de salas: e já não é a primeira vez.
Soube, por um dos advogados, que as declarações que prestei no processo foram gravadas, e "perdidas": umas estão inaudíveis e as outras não tiveram as cassetes devidamente etiquetadas.
Com episódios ao melhor estilo de Kafka, lá ficámos a saber que voltaremos: os pais, o motorista, as testemunhas, os advogados e até a psiquiatra que ajuda a mãe do Telmo. Um pesadelo sem fim.
Não me vim embora sem primeiro reclamar no livro amarelo. Neste caso, como em muitos outros, faz-se o que se pode.