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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

saramago, josé

18.06.10, Paulo Prudêncio

 

 

 

Liguei-me à rede há pouco. Viajava de carro e sintonizei a antena dois da RDP. Morreu Saramago.

 

No princípio não lhe conhecia a voz. Depois, quando o lia, ouvia-o. Escrevia tão bem como falava. Quase que não se distinguia nos registos. Suspeito que quem escreve muito e bem tem muito trabalho; devia ser por isso.

 

Foi quase amor à primeira vista. Sempre em crescendo até ao indizível memorial de convento. Até aí, nada escapou; uma espécie de subida ao cume. Depois disso falhei algumas vezes. Algum receio de desencanto. Nunca reli o memorial. Assim de repente, reler gente do mesmo nível tem valido. O recherche de Proust e o Ulisses de Joyce aumentaram o encanto.

 

Saramago tocava no português rectangular e dava-lhe dimensão global; e emoção; e dignidade; e humanidade. Afinal, a verdadeira razão da língua de Camões.

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