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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

onde está o sentido de estado?

13.06.10

 

Foi daqui

 

 

 

Nem vou discutir neste post a bondade das turmas de currículos alternativos ou dos cursos de educação e formação (CEF). Depois de anos com avanços e recuos nestas matérias, os ME´s de David Justino e de Maria de Lurdes Rodrigues avançaram a todo o vapor com a ideia. Os números de 2009 são claros: cerca de 10% dos alunos do 3º ciclo frequentam CEF - mais de 40 mil - e 36% dos do secundário estão nos cursos profissionais. Sabe-se que no 3ºciclo a taxa de insucesso baixou exactamente cerca de 10%. Em Portugal, a frequência CEF é para alunos com fraco rendimento escolar e baixa as taxas de insucesso no ensino regular e ponto final. A jornalista Clara Viana do Público, aqui, tem hoje um peça muito interessante sobre o assunto.

 

Foi exactamente por causa da manipulação dos números que comecei a escrever no blogue sobre o sistema escolar puro e duro. O correntes começou em 25 de Abril de 2004. Terminava um mergulho de quase catorze anos em gestão escolar (nove no nível micro e cinco no meso). Tinha-me prometido que o blogue seria principalmente para outras coisas. Deixei a gestão democrática de Santo Onofre em 2005 e passado um ano e pico já estava de novo metido num turbilhão informativo. Principalmente por culpa da manipulação de números, repito, mas também para combater um pacote neoliberal de políticas como não havia memória na história dos sistemas escolares conhecidos.

 

Em 2007, como pode ler aqui, detectei um verdadeiro desplante da então ministra: o sucesso nos exames do 12º ano a Matemática devia-se às aulas de substituição. Ora, se essas aulas decorriam apenas no 3º ciclo, assim como o plano de Matemática, era um absurdo - desde logo, os alunos do 12º ano tinham frequentado o 3º ciclo há pelo menos 3 anos - considerar esta argumentação. Percebi imediatamente que a carga manipuladora se destinava ao lumpen, e a exemplo de outras matérias, e para servir a agenda política que já referi. Fiquei aterrado.

 

Mas mais: também se dizia que a taxa de insucesso no 3º ciclo diminuía por causa das aulas de substituição e ocultava-se a maior enchente CEF que a história registou. A indignação tomou conta das minhas teclas e só parará se um dia regressar a sensatez, a verdade (sim, a verdade - e não me venham com a ladainha de que há mais do que uma verdade que sei disso muito bem: refiro-me ao contrário da mentira e à busca da coerência mínima, que raio -) e o sentido de estado.

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