há quem não cruze os braços
Tenho escrito muito sobre a ausência de sociedade no combate às desigualdades escolares. Por mais voltas que se dê à organização do sistema escolar, o nível socio-económico da população é determinante para o sucesso escolar e educativo. Desde há muito que se sabe que a escola é incisiva em cerca de 10 por cento desse objectivo, cabendo nessa pequena parte uma fatia significativa aos professores.
O que impressiona em Portugal são os permanentes sinais de desinteresse escolar e de "abandono" familiar logo nos primeiros anos de escolaridade. E ninguém é responsável; ninguém mesmo. Talvez umas ameaças, justas ou injustas, em relação ao rendimento social de inserção e nada mais.
Já o enunciei e volto a fazê-lo: se a nossa babilónica divisão administrativa só considera claramente dois níveis, o central e o local, então que se responsabilize os concelhos por esta tragédia anunciada. A não ser assim, as turmas de currículos alternativos e os cursos de educação e formação continuarão a proliferar em cada geração como uma espécie de parque de estacionamento dos centros de emprego e formação profissional e dos serviços prisionais.
Há quem faça qualquer coisa no sentido positivo; o que pode ler aqui é significativo.