culturas híbridas
Despertei para Homi K. Bhabha, professor na Universidade de Harvard, no programa televisivo do canal dois da RTP, “Câmara Clara”, moderado por Paula Moura Pinheiro.
Num excelente debate com o antropólogo Miguel Val de Almeida, o presidente da Fundação Gulbenkian, Rui Vilar, explicou as motivações da conferência “Ética e Estética do Globalismo: Uma Perspectiva Pós-colonial”.
Do pensamento de Homi K. Bhabha pode ler-se:
Os efeitos electrizantes deste tipo de políticas são inegáveis: Economias estagnadas e estatizadas, imersas em corrupção burocrática, ineficiência e despotismo souberam reagir bem à cultura da reforma fiscal. Um cosmopolitismo global, com estas características, está presente nos “silicon valleys” e parques tecnológicos. Celebra um mundo de culturas múltiplas localizado na periferia das sociedades, desde que produzam margem saudáveis de lucro dentro das sociedades metropolitanas. Os estados que participam neste multinacionalismo ‘multicultural’ reiteram o seu compromisso com a ‘diversidade’ – dentro e fora de fronteiras – mas apenas desde que a demografia da diversidade seja composta essencialmente por migrantes economicamente educados – engenheiros informáticos, médicos e empresários, e não refugiados, exilados políticos ou pobres. No ensejo de celebrar uma “cultura do mundo’ ou os ‘mercados globais’, esta forma de cosmopolitismo move-se rápida e selectivamente entre um oásis de prosperidade e uma zona de produtividade tecnológica, prestando cada vez menos atenção à desigualdade crónica e à crescente miséria produzida por esse desigual e desequilibrado desenvolvimento”.
Homi K. Bhabha e outros cientistas da antropologia têm estudado as culturas dos filhos dos emigrantes não especializados que vêm dos países pobres para os países ricos. Chama-lhe “culturas híbridas”.
A seguir atentamente.