ipês
A exemplo da pegada ecológica existe o rasto na internet. É possível dissimular a presença, como em tempos se fazia na rede telefónica usando um aparelho de uma cabina pública, mas o registo fica feito e uma investigação aturada pode descobrir as impressões. Não é fácil, mas não é novo.
Não sou dado a nicks, gosto de assinar os textos que escrevo e os comentários que faço na blogosfera e nas redes sociais. Tive um nickname - quando, por volta de 1995, usei os primeiros chat´s para ver como era essa coisa maravilhosa de comunicar em tempo real com o mundo "todo" - em homenagem à minha terra de nascença e do coração, a um escritor que aprecio e a uma árvore que dura séculos: frangipani. Mas sou sincero: não critico quem usa a rede de forma anónima ou com um qualquer disfarce que pode ter as mais diversas origens.
Também sabemos que é possível inserir comentários na blogosfera, e até nas redes sociais, com o nome de outrém e isso torna quase irrisória a discussão sobre a ciberidentidade.
Nas opções do correntes não accionei a possibilidade de registar o Internet Protocol (IP ou morada na net) de quem comenta. Não quero saber disso. Conheço algumas das pessoas que comentam de forma anónima, ou com nick, no correntes e até acho graça a algumas das opções. Parece-me saudável e mesmo que não me parecesse, claro.
Por conversa com os meus amigos bloggers fui optando por contadores de entradas e ligações automáticas ao facebook ou twitter que permitem um controle mais profissional da influência quantitativa do blogue e na fase alta da defesa do poder democrático da escola pública cheguei a fazer os possíveis para dar o máximo de luta; mas só nessa altura.
E tudo isto para fazer um pequeno ponto da situação: nunca senti no blogue qualquer sinal das teorias da perseguição e a única coisa que me vão dizendo é que este, ou aquela, lê o blogue ou pede relatórios. É bom: quem escreve gosta de ser lido. Quem por aqui comenta pode ficar tranquilo: não me parece que haja um qualquer motivo, político ou técnico, para se sentir perseguido pela visita ou por inserir um comentário. Portugal é um espaço de livre opinião; acredito nisso.
(1ª edição em 31 de Março de 2010)