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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

dia do cão

05.06.06



Tenho tido, ao longo da minha, vários animais domésticos: gatos, principalmente estes, cães, peixes e periquitos. Tenho um gato em minha casa e em casa dos meus pais sempre houve "felinos". Tivemos alguns cães e, se bem me recordo, a generosa coabitação também contemplou um peixe e um periquito. Não me lembro de, alguma vez, ter tratado mal os animais domésticos, pelo contrário.

Vem isto a propósito da proposta feita por alguns deputados: vamos comemorar o dia do cão e, se possível, numa data próxima do dia da criança. Fiquei estarrecido.
 
Nem sei como é que os partidos políticos organizam a formação dos seus quadros, mas esta preocupação canina está muito enraizada no partido social-democrata.

Para além desta ridícula proposta, lembro-me de uma outra situação do género e que aconteceu comigo. Foi em Maio de 2005, salvo erro.

Nessa altura, dirigia uma instituição escolar da cidade das Caldas da Rainha. Havia um assunto que necessitava da urgente articulação entre os dirigentes das escolas e os autarcas: as transferências de alunos, às centenas, que estavam em regime de sobrelotação. Um problema grave e que ocorria ano após ano. Contacto o vereador respectivo, do PSD, para convocarmos o encontro e verifico que a agenda estava de tal modo saturada, ou a vontade não era muita, vá lá saber-se, que a reunião não se realizou. Fiquei aborrecido, mas comecei a estudar o assunto sem os dados essenciais. O costume.

No dia seguinte, alguém do gabinete do vereador telefona para a direcção da escola. A minha colega que recebe a chamada é informada de um convite para os mesmos intervenientes da reunião por nós solicitada, mas com outro ponto de agenda: wc caninos. A sério. Fiquei indignado. De tal modo o fiquei, que tornei o facto público.

Estranha, e recorrente, preocupação.


Paulo Guilherme Trilho Prudêncio.