lideranças escolares - ideias para uma reposição
A ausência de sala de aula afecta o nosso sistema escolar de uma ponta à outra; é mesmo a sua componente crítica. Vai derrotando o ensino e também a boa oxigenação societal através do poder democrática da escola. Voltarei a esta última asserção noutra altura.
Quando em 1998 se instituiu que a candidatura à gestão das escolas exigisse aos interessados a prova de experiência (com mandatos realizados) ou de sapiência (formação especializada) fui indagar a coisa junto dos mentores. A desculpa (sim, a desculpa, pesei bem a coisa) era mais ou menos esta: "os técnicos do ME viam-se às aranhas com os gestores neófitos que interrogavam amiúde o status quo; não podia ser: havia que os formatar convenientemente".
Depois de treze escolas, da presença numa coordenação de mais de quarenta, do exercício de quase todos os cargos que se pode exercer numa escola e de cerca de trinta anos de serviço, só encontrei lideranças em quem sabe de sala de aula e se afirmou como um exemplo de profissionalidade. O resto é apenas má burocracia. Alterar este estado de desorientação é o primeiro passo para mudar o que verdadeiramente conta.
(1ª edição em 25 de Janeiro de 2010)