espaço e fragmentação
Há algum tempo que se manifestam sinais de que as democracias ocidentais entraram em declínio. Os impérios tiveram sempre um auge a que se sucedeu uma queda mais ou menos lenta mas sempre irreversível. É, todavia, difícil de precisar o pico de bem-estar. Só o tempo e a distanciamento histórico o fazem.
Sabe-se que era quase impossível assistir-se à progressão de países dos mais diversos continentes, sem que isso resultasse em prejuízo dos sistemas dos Estados Unidos da América e da União Europeia. Portugal, por exemplo, que tem uma história preenchida por raros e fracos crescimentos económicos, viu-se nesta primeira década do século XXI confrontado com a estagnação e com a recessão. O empobrecimento parece que veio para ficar.
E quando era necessária muita força política, assiste-se mesmo a um fenómeno contrário: a um presidente da República muito fragilizado, acrescentam-se forças de direita numa fragmentação provocada pelo reduzido tempo de exercício do poder (o cimento que une), e forças de esquerda com os eternos problemas estruturais: a um PS incapaz de governar sem a agenda neo-liberal, somam-se dois partidos de esquerda renitentes em confrontarem-se com a realidade e um amplo espaço intermédio que não sai da atmosfera reflexiva.
Talvez seja um bocado de tudo isto, mais o que pode ler aqui, aquilo que pode concluir das notícias que se seguem.
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