a não celebração é parte integrante do medo de existir?
São recorrentes os discursos de cautela no seio dos professores que lutaram contra as políticas do ministério da Educação do anterior governo PS; o actual tem o mesmo chefe mas poderá ser obrigado a mudanças significativas. Sempre que se regista alguma vitória, surge de imediato um elenco de avisos de que não é bem assim e que "ainda vais ver que fica tudo como está".
Sabe-se que este processo foi longo e muito cansativo. Também se conhece que os professores foram registando vitórias aparentes, sucessos que não se concretizavam, e que se tornaram em triunfos tão amargos que mais pareciam derrotas.
Nesta altura não temos de ter nenhum medo de existir e devemos celebrar várias vitórias. Aconteça o que acontecer, já ninguém defende a divisão da carreira nem o monstro burocrático de avaliação. Vão ser agendadas alterações na gestão escolar, nos horários dos professores e no estatuto do aluno. Ora, e que raio, tudo isto se deve à justa luta dos professores e à força da razão. E quando escrevo professores, estou a referir-me às suas ligações na chamada nova rede (blogues, movimentos, sms´s e emails) e a alguns dos seus sindicatos.
Celebremos e continuemos a luta. O ânimo é sempre uma parte fundamental para quem resiste; mais ainda, quando o festejo reside em impressões objectivas.