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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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da pedagogia e em busca do pensamento livre

a auto-estima/parte I

21.05.04
dicionario.jpeg Foi preciso o terceiro dicionário para encontrar a auto-estima. A sério. A coisa está complicada. Passei pelo dicionário mais à mão, o da Porto Editora, um só volume, e nada. Fui ao grande dicionário da língua portuguesa, do Círculo de Leitores, seis volumes, e nada. Não desisti. Recorri ao dicionário Houaiss da língua portuguesa, do Círculo de Leitores, seis volumes, seguramente os mais pesados e por isso ficaram para o fim, e lá encontrei: “qualidade de quem se valoriza, de quem se contenta com o seu modo de ser, e demonstra, consequentemente, confiança nos seus actos e julgamentos” A minha dúvida não estava tanto no significado, situava-se mais na questão da palavra composta o ser por justaposição ou por aglutinação. Ou seja, ter ou não ter hífen. Neste caso tem hífen, porque, e muito justamente, o sujeito até pode não ter muita estima por si próprio. Nada de novo, portanto. Mas para espanto meu, ouvi hoje, dia 20 de Maio do ano da graça de 2004, numa rádio nacional, uma notícia surpreendente: um conjunto de sábios comprovados, ao que julgo saber afectos à maioria que nos desgoverna, vai discutir o porquê da baixa auto-estima dos portugueses. Lembro-me que o painel incluía o inevitável Marcelo Rebelo de Sousa, que nessa noite e muito excepcionalmente não vai ler livro nenhum, a Clara Ferreira Alves, o Vasco Graça Moura, que em 4 anos de deputado europeu editou 64 livros incluindo as traduções e o António Borges, que julgo que seja um empresário bem sucedido. Espera-se que, depois da mesa-redonda (por justaposição porque existem mesas que não são redondas), a auto-estima dos conferencistas suba em flecha.