alcaides - lá como cá -
(imagem registada com o meu telemóvel)
É quase sempre um risco regressar a um lugar onde se foi feliz; mesmo assim tentámos e não tivemos razões de queixa. O Hotel continuava de pé e abria a mesma vista deslumbrante - em cima do mar, com uma pequena ilha mesmo em frente, e que aloja uma castelo cheio de história, e à distância de um corredor de madeira com menos de cem metros -, embora em fase final de uma restruturação com alguns defeitos que me pareceu derivarem de um erro já pouco frequente: os projectistas nunca terem vivido o espaço que se propuseram a remodelar.
O local continua calmo, pouco habitado mas com vida mais do que suficiente. Tem a vantagem de em cinco minutos de automóvel se entrar no centro de uma urbe que se recomenda.
Dez anos depois nota-se que houve uma preocupação com os detalhes do espaço comum. Espaços verdes, passeios bem cuidados, vias pedonais e para bicicletas, boa restauração e algumas rotundas. Já se sabe que esta última invenção não é lusitana - embora por cá tenha adeptos ferverosos - e que exige algum critério para o seu embelezamento. Quando são muitas a coisa pode mesmo assumir contornos risíveis. Foi um pouco o que presenciámos. Na primeira delas, demos com uma estátua enorme em homenagem a Che Guevara. Ficámos intrigados e tratei de indagar. No meio de gente tão simpática e acolhedora, foi fácil questionar o motivo que os levou a elevar a presença de tão conhecida figura. A resposta foi sempre pronta e num mesmo registo: "tonterias do Alcaide". Ou seja, o edil sobrepôs o seu gosto pessoal ao dos restantes concidadãos e nem de um referendo se lembrou. Afinal, lá como cá.