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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

assaltos a escolas

06.05.09, Paulo Prudêncio

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

Leio no blogue do Paulo Guinote a seguinte notícia: 

 

"Chegado há não muitos minutos por mail:

Confirmou-se hoje no Agrupamento de Escolas da Freixianda a nomeação de uma CAP. A DRELVT não encontrou dentro do Agrupamento ninguém suficientemente competente para a função e convidou gente de fora, todos devidamente habilitados. São duas senhoras e um senhor, todos de 1.º Ciclo e todos com públicas ligações ao Partido Socialista a nível concelhio. Com destaque para um certo Hugo Cristóvão, presidente da Concelhia do PS em Tomar, candidato suplente a deputado, um jovem de 31 anos que sendo de QZP tem pouca experiência a dar aulas. Uma figura em tempos ligada ao SPLIU, antes de andar a saltar por cargos políticos, nomeadamente no IPJ de Santarém. Com uma ingenuidade que confrange, apresentaram-se na escola para “trabalhar em equipa e pôr a escola a funcionar”!!! eu diria que o que não está a funcionar é a cabeça delas.

Veremos então a habilidade para “pôr a escola a funcionar” e a capacidade de entrar para a nossa equipa de “incapazes”. Seja como for, o que importa é mesmo o suplementozito de remuneração e um poleiro perto de casa.

Está por isso definido o retrato-tipo das direcções ideais das escolas: falta de experiência, falta de noção da realidade e ligação ao partido.

Um(a) professor(a) do Agrupamento"

 

 

 

Sabe-se da pequenez do país e muito mais se conhece da influência que essa condição exerce nas relações mais locais, onde a pressão social faz o seu exercício no maior dos esplendores. A política partidária tem os vícios que se conhece e nos locais menos populosos repete os tiques dos "espaços grandes", só que de um modo menos conseguido em termos de descrição e de confidencialidade: tudo acaba mesmo por se saber.

Há um aspecto da vida dos partidos políticos que me deixa sempre perplexo: os que podem, os ditos maiores, têm como caderno de encargos de serviço público a colocação de militantes nos mais diversos lugares de chefia: nos serviços públicos e também nos privados; e fazem gala disso: ou seja, fica ao nível da abominável discussão à volta da soma dos campeonatos dos clubes de futebol.

Na situação actual da vida de muitas das escolas a coisa começa a ultrapassar os limites da "lata" conhecida: um qualquer militante - mesmo um professor que na sua própria escola ninguém elegeria para o que quer que seja, só se fosse por alguma espécie de castigo - escolhido, entre os oito ou nove existentes, para um qualquer dos dez lugares de uma qualquer comissão política concelhia, arvora-se no direito de andar por aí à pesca de um qualquer militante com as quotas em dia para fazer parte de uma qualquer comissão administrativa provisória de uma escola. Tudo isto à revelia do mais elementar princípio democrático: a escolha por sufrágio directo e universal. Não se augura um futuro nada promissor para a democracia portuguesa se os modernaços que orientam o partido que suporta este governo por lá continuarem ou se se coligarem em nome de um inevitável bloco central de interesses.

 

 

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