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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

sobre a política contemporânea

25.05.08


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Já declarei, por aqui também, a minha grande admiração pelo escritor Gonçalo M. Tavares - autor de "Jerusalém".

Li, em tempos, no jornal “Público”, numa interessante rubrica intitulada “o discurso que nunca foi feito”, um texto escrito pelo Gonçalo MT, a que ele chamou “sobre a politica contemporânea”.

Escreveu duas epígrafes, uma de Harold Brodkey e outra de José Bragança de Miranda.

A citação do José Bragança de Miranda diz assim: "“Sendo a politica um agir livre, tudo pode recomeçar, mas não de qualquer maneira nem em qualquer lugar"”.

“Tentando ultrapassar a espuma dos dias e ir para além do que é o debate superficial ou a ausência de debate que caracteriza as campanhas” (texto da responsabilidade da edição do jornal), o Gonçalo MT divide o seu pensamento em 10 pontos.

Fiquemos com os dois primeiros.

1 – Na politica contemporânea recomeça-se quase sempre de novo – o que se traduz numa violência: iniciar é eliminar o que existia antes. Recomeça-se permanentemente, não por ignorância (do que existia antes), não por oposição absoluta em relação ao anterior (como existe no germe de uma revolução), mas por vaidade.

2 – A politica parece cada vez mais uma administração de palavras e não de coisas. Não se trata já de transportar pesos, de “deslocar” acontecimentos de um lado para outro, trata-se antes, e primeiro, de um transporte de vocábulos.