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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

vergonha e ponto final

04.10.09, Paulo Prudêncio

 

 

 

(encontrei esta imagem aqui)

 

 

Levei pouco tempo até começar a detalhar o que pensava sobre o modelo de escola a tempo inteiro porque constatava, todos os dias, o tipo de sociedade que estávamos a edificar.

 

Tomei desde cedo uma posição contrária à ideia centralista de impor um mesmo modelo de escola total para situações diversas: desde o subúrbio duma área metropolitana até a uma pequena ou média cidade ou à mais pacata das vilas deste pequeno país - com tantos habitantes como quase órgãos de gestão para os diversos sectores e nos diversos patamares da organização do território -.

 

Mas hesito sempre em escrever sobre este assunto por pudor: também não gosto da mediatização dos problemas da disciplina escolar como me envergonho quando os professores põem a circular textos escritos pelos seus alunos onde os erros, gramaticais, por exemplo, abundam.

 

A situação actual no que à guarda dos nossos petizes diz respeito é vergonhosa e tem de ser denunciada. O opróbrio é de tal ordem que nos deveria envergonhar a todos. A questão tem uma simples formulação: não sabemos o que fazer com as nossas crianças.

 

As famílias têm os filhos e depois contam os minutos em que "têm de aturar os miúdos". Sabemos das excepções e de quem sofre com o facto de não dispor de mais tempo para a miudagem; mas são isso mesmo, excepções. A regra é a desresponsabilização: das famílias e da sociedade.

 

Alguém coloca como central a ideia de discutir a organização do trabalho de modo a que as famílias passem mais tempo com as suas crianças sem as "armazenar" das 08h00 às 20h00?

 

Não. Nem uma palavra.

 

Um silêncio conivente e ensurdecedor.

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