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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

(des)articular

30.06.23, Paulo Prudêncio

 

 

(1ª edição em 26 de Julho de 2010)

O fenómeno articular nasceu em 1990 para enquadrar uma série de síndromas que ganhavam força e terreno. Foi aí que as teorias curriculares iniciaram um metabolismo de invenções técnico-pedagógicas, de má burocracia e de infantilização da aprendizagem; um processo imparável.

Para solidificar o edifício, construiu-se um modelo de gestão inspirado nas teorias tayloristas de organizar empresas: poucos pensam e muitos executam, processos muito burocráticos para a prestação de contas, imposição do uni-pessoal e vários patamares de lideranças intermédias com o consequente aumento dos custos financeiros. Este acervo de ideias seduziu tecnocratas com alergia às salas de aula, que se entretiveram a desenhar modelos como se a actividade lectiva não fosse o cerne da organização.

Inventaram um modelo que se testou em cerca de 30 escolas portuguesas de 1992 a 1998. O balanço foi negativo. Percebeu-se, por exemplo, a inutilidade dos departamentos curriculares que apenas apresentaram como positiva a diminuição dos membros dos conselhos pedagógicos - objectivo que se podia atingir de maneira diferente -.

Com o novo milénio, as sociedades consolidaram as ideias empresariais do downsizing e abandonou-se o taylorismo. O achatamento organizacional reduziu os patamares de decisão. Mas não no ME de Portugal, que teimou em caminhar à revelia da história, da modernidade e da racionalização da despesa.

Em 2005, impuseram-se as tais ideias que medravam desde 1990. Os desastrosos resultados estão à vista. Só não os regista quem não quer mesmo ver o estado de sítio organizacional a que se chegou.