Crise do Sindicalismo
É uma impossibilidade a discussão à volta da existência de cidadãos imaculados e não existem organizações imunes aos "pecados" da natureza humana; por isso, é dada primazia à democracia e ao estado de direito. Também pouco adiantam as teorias da conspiração, apesar da sua relevância especulativa. A imaginação é um exercício fundamental. Para além disso, lembro-me sempre de Karl Popper quando leio os que se esquecem que a irrefutabilidade só nos aproxima do totalitarismo.
A linguagem bem-pensante e sedutora fez do eduquês uma via para o totalitarismo e algo parecido levou o sindicalês para o mesmo sítio. Os sindicatos foram seduzidos para uma espécie de participação governativa para adquirirem responsabilidade. Deixaram para lugar secundário a força da razão e passaram a nortear a presença na mesa de negociação pelo imediato, pelos corredores do poder, pela promiscuidade partidária e pela dança das cadeiras.
Esta constatação nem se fundamenta apenas no que se assistiu nos últimos anos na Educação. Cada um faz da vida o que quer, mas tem de ter bem presente que as agendas sindicais não podem ser plasmadas das governativas, que a força da razão não se impõe de imediato e que é com o exemplo que se constrói a democracia.
(1ª edição em 8 de Abril de 2011)