Havia uma plêiade de conselheiros governamentais que advogavam, sem fundamento (sem se conhecer os locais de contágio, sem se estudar cadeias de transmissão, sem se testar e desconsiderando os assintomáticos e os falsos negativos), as teses da "escola é segura" e do "está tudo a correr bem". Num ápice, passaram para o "vírus não pára nas paredes das escolas" e as escolas "são um covidário' e "potenciam a disseminação social do vírus". Mas quem seguiu as teses da "escola é segura" e do "está tudo a correr bem", repetidas à exaustão pelos "dirigentes escolares pela verdade", pelos "pais pela verdade", pelos "comentadores pela verdade" e pelos "professores pela verdade", prestou um péssimo serviço ao país.

É uma questão de vida ou de morte num país que está nos lugares cimeiros no mundo dos infectados e dos mortos.

Era exactamente isto que se devia ter feito na primeira vaga (antecipar as férias da Páscoa) em vez de se ter insistido num "ensino à distância já" que terminou com uns laudos que só se justificavam em mentes demagógicas e que acabou por desfavorecer o que de positivo se registou. Nesta fase, e depois de um recomeço apressado e insustentável a 4 de Janeiro, instituem-se 15 dias de férias para pensar.

Acabo de ouvir o virologista Pedro Simas na RTP3. "Só agora é que se percebeu a infecção nas crianças 0-9 anos." É um grupo de assintomáticos que vai para casa infectar os grupos com mais infectados, 20-29 e 30-39 (dos pais e encarregados de educação), e os grupos de mais idosos. Também se percebeu a subida exponencial das infecções no grupo 10-19. Este virologista, que defendia a tese da "escola segura", diz agora que as "escolas são um covidário".

Todas as escolas fechadas "a partir de sexta-feira".

'Governo admite encerramento imediato das escolas, Marcelo apoia e ministra diz que requisição civil dos privados não resolve os problemas.(...)'