Ainda há quem se surpreenda com estas notícias?
Na sequência de outros estudos com conclusões semelhantes (e muito preocupantes), é factual que os últimos anos acentuaram uma escola excessivamente competitiva. É evidente que o actual acesso ao ensino superior condiona todo o edifício educativo. Para além disso, os alunos perderam os espaços não supervisionados. O "espaço livre para brincar" desapareceu. A sociedade capturou a organização escolar com detalhes elucidativos: eliminação do "furo" escolar, redução de intervalos e supressão de espaços não vigiados. Interroguemos assim: ainda há quem se surpreenda com estas notícias?
Ainda recentemente, Singapura "aboliu os rankings de escolas pelos resultados dos alunos em exames". O Ministro da Educação, Ong Ye Kung, foi taxativo: “aprender não é uma competição”. Os relatórios deixam de publicar a posição de um aluno em relação à turma ou a qualquer grupo. Mas não é apenas isso. As informações a serem removidas incluem:
média das turmas e dos ciclos; notas mínimas e máximas; médias das notas de qualquer grupo de alunos, o que inclui quadros de honra, de mérito e restantes procedimentos análogos; médias gerais de classificações.
A notícia faz ainda outra referência importante:
"O estudo não permite estabelecer nexos causais. Mas Margarida Gaspar de Matos, que além de investigadora é psicóloga clínica, recorre à sua experiência profissional para arriscar algumas explicações susceptíveis de ajudarem a perceber para o cansaço e a exaustão dos jovens: “O stress por causa das notas, o abuso do ecrã e as poucas horas de sono”.