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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

A trilogia de Centeno: lapso por desatenção, conversão ou taticismo?

29.08.18, Paulo Prudêncio

 

 

Há uma dicotomia no aproveitamento europeu dos impérios: Grécia, Itália, Espanha e Portugal (nem todos na mesma escala) não mantiveram muitas das riquezas materiais até à actualidade; pelo contrário, Holanda, Bélgica, Noruega, Reino Unido, Suécia, Alemanha e França (e ainda a Suiça e o Luxemburgo) mantêm os domínios essenciais. E não basta olhar para a bandeira das multinacionais europeias bem sucedidas. Há ainda negócios de biliões que passam pela energia e existem interesses fundamentais no ouro e nos diamantes (até nos de sangue). É também isso que o eurogrupo não deve esquecer quando analisa as políticas de austeridade e as acusações de despesismo dos povos do sul. Aliás, a bandeira portuguesa, hasteada no ponto mais setentrional da Europa, é um bom ponto de partida histórico que Centeno não desconhecerá.

 

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Sagres. Agosto de 2018.

 

 

 

Melhor filme do século XXI - Mulholland Drive

22.08.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

É impossível uma classificação assim ("Mulholland Drive, de David Lynch, foi escolhido como o melhor filme do século XXI por uma votação, promovida pela BBC Culture, de 177 críticos de cinema de todo o mundo (de todos os continentes menos a Antárctida, como sublinham os editores da BBC que organizaram o inquérito juntando 36 países)"), mas Mulholland Drive (2001) é genial. Vi-o a primeira vez no King, em Lisboa. Fiquei fascinado. Lembro-me que viemos a viagem toda a discutir a complexidade do filme com uns amigos. É uma obra do nível de "Eyes wide shut”", de Stanley Kubrick; e não só por serem temas semelhantes. Aliás, o filme de Kubrick ficou prejudicado com a morte do realizador com a montagem por concluir.

 

O trailer de Mulholland Drive.

 

 

15 de Agosto é sempre Rilke

15.08.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

O 15 de Agosto recorda-me sempre o filme imperdível de Gianni de Gregorio. E nem sei porquê, mas desta vez associo-o à difícil poesia de Rainer Maria Rilke: exige leitura repetida, mas o resultado é sublime. É um dos meus poetas preferidos. Uma das suas obras maiores, "As elegias de Duíno", confunde-se com a aura do local onde o poeta a iniciou: o castelo de Duíno, situado perto da cidade de Trieste e sobre o mar Adriático. Deixo-vos uma parte - na tradução de Maria Teresa Dias Furtado - da primeira elegia.

  

Se eu gritar quem poderá ouvir-me, nas hierarquias

dos Anjos? E, se até algum Anjo de súbito me levasse

para junto do seu coração: eu sucumbiria perante a sua

natureza mais potente. Pois o belo apenas é

o começo do terrível, que só a custo podemos suportar,

e se tanto o admiramos é porque ele, impassível, desdenha

destruir-nos. Todo o Anjo é terrível.

 

Por isso me contenho e engulo o apelo

deste soluço obscuro. Ai de nós, mas quem nos poderia

valer? Nem Anjos, nem homens,

e os argutos animais sabem já

que nós no mundo interpretado não estamos

confiantes nem à vontade. Resta-nos talvez

uma árvore na encosta que possamos rever

diariamente; resta-nos a rua de ontem

e a fidelidade continuada de um hábito,

que a nós se afeiçoou e em nós permaneceu.

 

Oh, e a noite, a noite, quando o vento, cheio de espaço do universo

nos devora o rosto -, por quem não permaneceria ela, a desejada,

suavemente enganadora, que com tanto esforço se ergue em frente

do coração isolado? Será ela para os amantes menos dura?

Ah, um com o outro eles se ocultam da sua própria sorte, apenas.(...)

 

 

Depois da poesia, um vídeo do filme - é um muito bom momento de humor -.

 

 

Mais uma vergonha para a escola portuguesa

13.08.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

É evidente que um modelo de gestão não justifica tudo. Sempre existiu gente "pequenina" quando tem um qualquer poder. Mas não restam dúvidas: o que existe propicia desmandos porque instituiu um ambiente não democrático.

"Três em cada quatro professores dizem que já foram vítimas de assédio moral. Estudo envolveu 2003 professores do pré-escolar ao superior. As direcções das escolas são apontadas como as principais responsáveis. Dirigentes não se revêem no que é relatado. Fenprof diz que em muitos estabelecimentos há "autoritarismo".

 

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