os extremos tocam-se no fim do mundo conhecido
Cabo de S.Vicente. Sagres. Agosto de 2018.
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Cabo de S.Vicente. Sagres. Agosto de 2018.
Antero
Pôr-do-sol. Sagres. Agosto de 2018.
Há uma dicotomia no aproveitamento europeu dos impérios: Grécia, Itália, Espanha e Portugal (nem todos na mesma escala) não mantiveram muitas das riquezas materiais até à actualidade; pelo contrário, Holanda, Bélgica, Noruega, Reino Unido, Suécia, Alemanha e França (e ainda a Suiça e o Luxemburgo) mantêm os domínios essenciais. E não basta olhar para a bandeira das multinacionais europeias bem sucedidas. Há ainda negócios de biliões que passam pela energia e existem interesses fundamentais no ouro e nos diamantes (até nos de sangue). É também isso que o eurogrupo não deve esquecer quando analisa as políticas de austeridade e as acusações de despesismo dos povos do sul. Aliás, a bandeira portuguesa, hasteada no ponto mais setentrional da Europa, é um bom ponto de partida histórico que Centeno não desconhecerá.
Sagres. Agosto de 2018.
Foz Coa. Agosto 2018.
Agosto 2018.
Agosto 2018.
É impossível uma classificação assim ("Mulholland Drive, de David Lynch, foi escolhido como o melhor filme do século XXI por uma votação, promovida pela BBC Culture, de 177 críticos de cinema de todo o mundo (de todos os continentes menos a Antárctida, como sublinham os editores da BBC que organizaram o inquérito juntando 36 países)"), mas Mulholland Drive (2001) é genial. Vi-o a primeira vez no King, em Lisboa. Fiquei fascinado. Lembro-me que viemos a viagem toda a discutir a complexidade do filme com uns amigos. É uma obra do nível de "Eyes wide shut", de Stanley Kubrick; e não só por serem temas semelhantes. Aliás, o filme de Kubrick ficou prejudicado com a morte do realizador com a montagem por concluir.
O trailer de Mulholland Drive.
Luís Afonso
Repare-se na primeira página do Expresso.
E na do Público (sublinhei a vermelho).
Celestino Mudaulane (Moçambique). "O mundo dos contrastes".
Exposição "Artistas comprometidos? Talvez".
Fundação Calouste Gulbenkian, Agosto de 2014.
O 15 de Agosto recorda-me sempre o filme imperdível de Gianni de Gregorio. E nem sei porquê, mas desta vez associo-o à difícil poesia de Rainer Maria Rilke: exige leitura repetida, mas o resultado é sublime. É um dos meus poetas preferidos. Uma das suas obras maiores, "As elegias de Duíno", confunde-se com a aura do local onde o poeta a iniciou: o castelo de Duíno, situado perto da cidade de Trieste e sobre o mar Adriático. Deixo-vos uma parte - na tradução de Maria Teresa Dias Furtado - da primeira elegia.
Se eu gritar quem poderá ouvir-me, nas hierarquias
dos Anjos? E, se até algum Anjo de súbito me levasse
para junto do seu coração: eu sucumbiria perante a sua
natureza mais potente. Pois o belo apenas é
o começo do terrível, que só a custo podemos suportar,
e se tanto o admiramos é porque ele, impassível, desdenha
destruir-nos. Todo o Anjo é terrível.
Por isso me contenho e engulo o apelo
deste soluço obscuro. Ai de nós, mas quem nos poderia
valer? Nem Anjos, nem homens,
e os argutos animais sabem já
que nós no mundo interpretado não estamos
confiantes nem à vontade. Resta-nos talvez
uma árvore na encosta que possamos rever
diariamente; resta-nos a rua de ontem
e a fidelidade continuada de um hábito,
que a nós se afeiçoou e em nós permaneceu.
Oh, e a noite, a noite, quando o vento, cheio de espaço do universo
nos devora o rosto -, por quem não permaneceria ela, a desejada,
suavemente enganadora, que com tanto esforço se ergue em frente
do coração isolado? Será ela para os amantes menos dura?
Ah, um com o outro eles se ocultam da sua própria sorte, apenas.(...)
Depois da poesia, um vídeo do filme - é um muito bom momento de humor -.
É evidente que um modelo de gestão não justifica tudo. Sempre existiu gente "pequenina" quando tem um qualquer poder. Mas não restam dúvidas: o que existe propicia desmandos porque instituiu um ambiente não democrático.
Quino