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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

acesso ao ensino superior - o óbvio que é muito difícil

31.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

Vamos lá repetir um post com quase um ano:

 

Já sabemos que "os nossos jovens são os campeões da ansiedade na OCDE e que estão no topo europeu em algumas adições". O modelo de acesso ao ensino superior contribui para este caso de saúde pública e contamina os ciclos escolares até ao primeiro. Ponhamos nomes às coisas: o ensino superior "resgatou" o ensino secundário. O superior demite-se da selecção de alunos e o modelo de acesso tornou o secundário numa passagem. O secundário é um ciclo sem vida própria. É uma espécie de lugar cinzento. É um estágio muito pressionante para uma dezena de horas de exame e ponto final. E mais de 50% dos estudantes que terminam o 9º ano nem a isso aspiram.

"Vou chumbar a Língua Portuguesa..."

30.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 Contributo recebido por email.

 

"O texto que vai ler é da autoria de Teolinda Gersão. Escritora, Professora Catedrática aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu-o depois de ajudar os netos a estudar Português. Colocou-o no Facebook.

 

"Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete”: “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.

No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados; almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.

No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa. No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?

A professora também anda aflita. Pelo visto, no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)

Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.

E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.

João Abelhudo, 8º ano, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática."

 

estádios

28.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Não aprecio multidões e há muito que perdi a paciência para estádios. Encontrei uma passagem interessante sobre estádios:

 

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DeLillo, Don (2010:94). "Submundo". Sextante Editora. Lisboa.

Iniciativa Legislativa de Cidadãos para recuperar todo o tempo de serviço docente - A caminho das 14.000 assinaturas

26.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

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A iniciativa ultrapassou as 13.000 assinaturas e são necessárias 20.000.

Como assinar?

Clique aqui para o registo e assinatura ou aceda aqui se já fez o registo no site da Assembleia da República.

Pode ver um vídeo explicativo.

plataformas digitais e universo escolar

24.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Não é surpreendente que se apontem as "empresas externas" (o conhecido outsourcing, predominante nas plataformas digitais) como a componente mais desfavorável para as organizações modernas: a opção facilitou o aumento da escala e desprezou a gestão de proximidade como valor precioso e inalienável. A "gestão do exterior" satisfez os investidores porque permitiu a subida dos lucros com a redução de profissionais. Essa supressão cerebral (na maioria dos casos, e incluindo o escolar, sem qualquer relação com a 4ª indústria ou com a robotização) deslocou para o exterior a definição da informação a obter.

As instituições deixaram de agir livremente sobre os sistemas de informação. Foi um perda com uma agravante: se antes da sociedade da informação e do conhecimento o poder era exercido por quem decidia sobre o financeiro, a partir daí surgiu um pólo paralelo: a informação. A "gestão do exterior" apoderou-se dos dois domínios. E por mais partilhado que fosse o período de análise dos sistemas, os decisores exteriores podiam sempre argumentar: "é uma boa ideia, realmente, mas impossível de concretizar". A dependência externa generalizou-se. Como disse Niklas Luhman, o homem perdeu "a posição de centralidade no organismo social e foi remetido para o exterior, passando a fazer parte do meio ambiente do sistema. Tornou-se uma causa para o aparecimento de problemas constantes e de complexidades crescentes" (no caso escolar, todos os actores foram remetidos para o exterior; com mais visibilidade para professores e restantes profissionais mas com consequências para os alunos).

 

Já usei parte desta 

argumentação noutros textos.

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"A Depressão dos Professores"

23.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Um texto de Carmo Machado com um retrato do estado a que isto chegou. O texto foi publicado pela revista Visão e colo-o na totalidade porque é um testemunho impressionante.

 

"A Depressão dos Professores.

Deparamo-nos por essas escolas do país, com colegas que arrastam pelos corredores a sua precariedade gritante. E nós, os que ainda possuímos alguma sanidade, nada podemos fazer.

Muito se fala hoje de stress, de stress ocupacional e de burnout (reconhecido pela Organização Mundial do Trabalho como uma síndrome que afeta várias profissões) mas nem toda a opinião pública estará consciente do facto de que esta é uma doença ocupacional com sintomas físicos, psíquicos e comportamentais que tem nos professores o seu principal alvo. Muito se fala também da elevada percentagem de atestados médicos passados aos profissionais do ensino mas poucos tentarão ou conseguirão compreender as razões pelas quais é esta uma das classes profissionais que mais frequentes visitas faz ao psiquiatra.

Em três décadas de ensino, ganhei algumas (poucas) certezas. Uma delas é a de que é completamente impossível ensinar se não estivermos na posse de um equilíbrio emocional total. É terrível quando, perante situações sistemáticas de indisciplina, a ansiedade se instala em nós, o choro ocorre amiúde, a insónia se repete e o pânico de ter de voltar a enfrentar uma determinada turma se transforma na nossa realidade quotidiana. Já vi muitos colegas de profissão em situações como a que vos descrevi cuja única escapatória foi o atestado médico. A fobia escolar é, a meu ver, o pior que nos pode acontecer. Confesso mesmo que, ao longo da minha carreira, já experienciei esta fobia escolar relativamente a uma turma. A simples ideia de ter de enfrentar aqueles alunos insubordinados e insolentes provocava-me uma tamanha sensação de angústia que, pela primeira vez, coloquei a hipótese de abandonar o ensino.

Já o tenho dito várias vezes e repito: é impossível sofrer de depressão e ser professor. A profissão docente - e falo de ser professor à séria, com vocação e empenho, profissionalismo, competência pedagógica e científica, não daqueles meros vendedores de aulas que, por necessidade e como última alternativa, enveredaram pela carreira de professor - exige uma leveza de espírito, elevadas cargas e recargas diárias de energia, agilidade mental e física, capacidade rápida de resolução de problemas e de conflitos de vária ordem, adaptação a situações imprevistas, capacidade de resposta fácil e rápida dentro da sala, uma listagem infindável de competências incompatíveis com um professor cuja caixa de ressonância tenha avariado. E estar deprimido é isso mesmo.

SIM, sei do que falo porque também eu já estive à beira deste descalabro e lembro-me de que, por esses dias, tanto se me dava que houvesse indisciplina ou que os professores fizessem greve ou que fechassem a escola ou que o mundo acabasse. Basicamente, tudo o que vinha na minha direção e que à escola dizia respeito, fazia ricochete e não entrava. Eu encontrava-me à beira de mim própria e nesses casos, o que menos nos importa é exatamente aquilo que contribui para chegarmos a esse limite. Felizmente, consegui travar a situação a tempo, antes de atingir o precipício.

Mas nem sempre é assim. Todos conhecerão, nas suas escolas, um ou mais casos de colegas que, em situações de desequilíbrio emocional, insistem em manter-se ao serviço e cumprir com as suas obrigações profissionais, convictos de que o que estão a fazer é o melhor para si e para a escola. Alguns não querem faltar para não prejudicar os alunos, outros não têm noção do estado em que se encontram, outros ainda não saberiam mesmo o que fazer se tivessem de ficar em casa. E assim, deparamo-nos por essas escolas do país, com colegas que arrastam pelos corredores a sua precariedade gritante. E nós, os que ainda possuímos alguma sanidade, nada podemos fazer.

Não preciso de ser psiquiatra para saber que a minha colega sofre de depressão ou outro distúrbio do foro psiquiátrico e que precisa de ajuda especializada. O pior, porém, é que os alunos também sabem e não têm, perante ela, a mesma condescendência que nós tempos. Diria mais: não têm qualquer tipo de condescendência. Pelo contrário, as situações de humilhação em que os alunos colocam um professor nestas condições dentro da sala de aula são gritantes, obrigando muitas vezes os colegas da sala ao lado a intervir. E nós acudimos-lhe mas pouco mais podemos fazer. O pior de tudo é que nem a escola a pode ajudar... A escola pública parece não possuir um enquadramento legal que permita a um diretor retirar tempo letivo a um docente com estas características, atribuindo-lhe outro tipo de tarefas, menos humilhantes para a sua condição e nas quais se sentiria menos exposto.

E qualquer coisa pode acontecer numa sala de aula, sabemo-lo. Ter trinta alunos perante nós, se problemáticos e indisciplinados, exige uma enorme resistência e sagacidade que um professor, cuja caixa de ressonância avariou, deixou de possuir. Carl Jung escreveu: a depressão é como uma mulher vestida de preto. Se ela aparecer, não a afaste. Convide-a para entrar, ofereça-lhe um assento, trate-a como uma convidada e ouça o que ela tem a dizer. Mas primeiro, digo eu, temos de afastar de nós esses outros convidados que se encontram na sala, geralmente em número de trinta e a que chamamos alunos.

Não há como escapar a este flagelo. Todos os dias sou confrontada com situações angustiantes de colegas em sofrimento e não consigo, por mais que tente, ficar indiferente. É mesmo impossível ignorar a colega que literalmente, num passo arrastado, caminha como um autómato para a sala de aula onde, numa luta desigual, terá de enfrentar um grupo cruel de trinta adversários que, à mínima oportunidade, transformarão a aula numa batalha campal, derramando pelo chão os últimos restos de uma dignidade há muito perdida.

Carmo Miranda Machado é formadora profissional na área comportamental e professora de Português no ensino público há vinte e sete anos, tendo trabalhado com alunos do 7º ao 12º anos de escolaridade. Possui um Mestrado em Ciências da Educação (Orientação das Aprendizagens) pela Universidade Católica Portuguesa e tem como formação base uma Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Tem dedicado a sua vida às suas três grandes paixões: o ensino, a escrita e as viagens pelo mundo. Colabora na Revista Mais Alentejo desde Fevereiro de 2010 como autora da crónica Ruas do Mundo, tendo ganho o Prémio Mais Literatura atribuído por esta revista nesse mesmo ano. Publicou até ao momento, os seguintes títulos pela editora Colibri: Entre Dois Mundos, Entre Duas Línguas (2007); Eu Mulher de Mim (2009); O Homem das Violetas Roxas (2011) e Rios de Paixão (2015)."

Parece que os governantes não identificam a burocracia escolar

23.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

Li. Voltei a ler. Francamente que me surpreendi. Ou seja, os governantes não identificam a má burocracia na organização escolar. É até estranho. Às tantas, nunca leccionaram numa escola do não superior. Se não é assim, estão mal informados ou há qualquer outra explicação.

"(...)Na última reunião realizada com o Secretário de Estado da Educação e a Secretária de Estado Adjunta e da Educação, os governantes pediram que a FENPROF lhes enviasse uma lista de atividades que considera burocráticas, pois, em sua opinião, a maior parte delas não são dessa natureza.(...)"

"Será que o 942 é o mais incómodo?"

21.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Contributo de Mário Silva.

 

"Tanto os sindicatos como os docentes concentraram a pressão reivindicativa na recuperação do tempo de serviço de 9 anos, 4 meses e 2 dias (942), uma atitude da mais elementar justiça. Todavia, o mais grave tem sido ignorado desde 2012, não tendo sido rejeitado veementemente nem pelos sindicatos nem pelos docentes: a aplicação do nº3 do artº37º do ECD (obtenção de vaga para acesso ao 5º e 7º escalões). Será que interessa mais ao governo manter este artigo, criando uma manobra clássica de diversão, fingindo que o 942 é que é muito grave e importante, e deste modo não atraindo a reivindicação para a questão das vagas?

A reivindicação mais importante será exigir eliminar o nº3 do artº37º, em vez da recuperação do 942? Esta recuperação poderá ajudar os professores atualmente em funções, mas não ajudará os futuros professores. Quando se reivindica, deve ser para TODOS os profissionais e não só para casos de situações especificas, deixando que outros tenham prejuízos considerados suportáveis por quem negoceia.

Fazendo um exercício de cálculo, um docente com 25 anos de serviço, com 50 anos, colocado agora no 4º escalão (quando deveria estar no 7º), se não recuperar o 942 e só progredir em 2020 para o 5º escalão (sem o impedimento de vaga), teremos:

- 2020, 52 anos, 5º escalão

- 2022, 54 anos, 6º escalão

- 2026, 58 anos, 7º escalão

-2030, 62 anos, 8º escalão

- 2034, 66 anos, 9º escalão

- 2038, 70 anos, 10º escalão

Este cálculo permite demonstrar que este professor só tem hipótese de chegar ao topo antes da idade da aposentação, se em 2020 passar diretamente para o 7º escalão em vez de para o 5º e que para docentes mais novos existe a possibilidade de chegarem ao 9º/10º escalão antes da idade da aposentação; tendo as vagas para o 5º e 7º escalões, então a MAIORIA pode ficar anos a ‘patinar’ para subir ao 5º ou ao 7º, jamais tendo hipótese de ultrapassar o 6º escalão antes da aposentação!...

Assim, a reivindicação não se pode concentrar apenas no 942: também tem de se concentrar na eliminação das vagas para subida de escalão e na idade da aposentação não ser afetada pelo fator de sustentabilidade, de modo a abranger TODOS OS CASOS."

"Milhares de professores de todo o país concentrados em Lisboa"

19.05.18, Paulo Prudêncio

"Iniciativa legislativa de cidadãos para recuperar todo o tempo de serviço docente" - a caminho das 12.000 assinaturas

18.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

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A iniciativa ultrapassou as 11.000 assinaturas e são necessárias 20.000.

Como assinar?

Clique aqui para o registo e assinatura ou aceda aqui se já fez o registo no site da Assembleia da República.

Pode ver um vídeo explicativo.

da pequena indisciplina nas escolas

17.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Vamos lá repetir:

qual é o país da OCDE onde os professores perdem mais tempo com a disciplina para começar uma aula?

É Portugal, onde existem inúmeras salas de aula em que "reina a "pequena indisciplina"". E não saímos disto, com o discurso circular de "especialistas" (em 07 de Fevereiro de 2017) a culpar "mais os professores do que os alunos". E se procurássemos, definitivamente, outras culpas?

Cerca de um ano depois, olhemos para as componentes críticas e para o que foi feito.

Sumariemos: escola "armazém", como resultado da sociedade ausente; aluno-cliente como negação dos elementares princípios docimológicos (não tarda e a publicitação da calendarização de testes chega ao primeiro ciclo para que um petiz convoque os advogados porque o professor o submeteu a um questionário de avaliação sem calendarização; isto sim, o nefasto "facilitismo"); uma década de devassa, mediatizada em primeira página, da carreira dos professores; indústria da medição, com os respectivas pautas e quadros de mérito para os resultados de crianças (é a preparação para a selva, dizem "especialistas da ordem contrária"); "supressão" de intervalos escolares; aulas de noventa minutos como receita do 5º ao 12º ano e em todas as disciplinas; mais alunos por turma; mais turmas por professor; terraplenagem do estatuto da carreira dos professores; agrupamentos de escolas com organograma "impensado" e com aumento da hiperburocracia como factor ilusório de controle; legislação de disciplina escolar na lógica de um "tribunal dos pequeninos"; e por aí fora.

Se nada de moderado, sensato e democrático acontecer, daqui por uma década voltaremos, seguramente, ao mesmo e, obviamente, aos culpados do costume.

 

2ª edição.

 

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