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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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burnout é reconhecido pela OMS

11.04.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Como o burnout é a doença mais comum nos professores (já fiz umas dezenas de posts sobre o assunto), leio as notícias sobre o tema. Desta vez, fui parar ao futebol. Já se conhecia a estratosfera em que vive a indústria que capturou todos os poderes, mas agora sabe-se que os protagonistas também sofrem de burnout. É um lado algo humorado (como é uma doença grave, não merecerá grandes brincadeiras) de um jogo que transportou a irracionalidade para níveis impensados.

Mas leia o que encontrei sobre o burnout.

"Tristeza, irritabilidade, perda de controlo emocional, alterações comportamentais, dificuldades de concentração ou manifestação de sintomas psicossomáticos (como falta de ar, coração acelerado, entre outros)(...)A síndrome está associada ao stresse profissional prolongado ou crónico e é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional.

Descrita pela primeira vez pelo psicoterapeuta norte-americano Herbert Freudenberger, em 1974, segundo o psiquiatra Pedro Afonso, “poderá ser definida como uma reação emocional crónica caracterizada pela desmotivação, desinteresse, e um mal-estar geral na relação com o trabalho”.

Os diferentes sintomas vão-se manifestando de forma gradual “e muitas vezes impercetível”, acrescenta o médico, que na sua página online explica que este cansaço emocional progride “para sentimentos de inadequação e fracasso com quebra do rendimento laboral, conduzindo a um absentismo e negligência”. Um estado de “exaustão”, que acaba por contaminar a vida pessoal, atingindo o relacionamento do indivíduo com a família e com os amigos. Nomeadamente, acrescenta Pedro Afonso, porque “a falta de concentração, a irritabilidade e a baixa tolerância à frustração tornam-se frequentes, acabando por provocar conflitos nas relações interpessoais”.

Do quadro evolutivo da doença constam ainda o aparecimento de perturbações depressivas e de ansiedade, associadas ou não a outros sintomas, podendo “em situações limites” levar ao suicídio.

Observado com frequência em grupos profissionais como médicos, enfermeiros e professores, o burnout pode ocorrer em qualquer atividade profissional, mas está muito ligado a desempenhos vocacionados “para o apoio permanente e direto na resolução de problemas das pessoas”, diz o psiquiatra.

Entre os fatores de risco associados ao desenvolvimento desta síndrome, Pedro Afonso salienta, “do ponto de vista pessoal, os indivíduos [...] com um idealismo exaltado, altruístas ou com traços obsessivos, que investem e se dedicam demasiadamente no seu trabalho como único meio de gratificação narcísica (ser amado, ser reconhecido)”. Por outro lado, aponta outros fatores, como “a existência de trabalho excessivo, monótono ou pouco gratificante”, “a falta de resultados imediatos”, “a presença de conflitos com as chefias, e a interferência significativa do trabalho na vida familiar”.

O psiquiatra também explica como evitar o burnout. Ajuda melhorar o ambiente de trabalho - em aspetos como o conforto ou a flexibilização de horários - assim como “estimular a divisão de responsabilidades e o planeamento do trabalho por objetivos”. “Estabelecer limites” é muito importante, sublinha."

 

Actialização às 15h25:

 

"João Santos Carvalho, psicólogo clínico, explicou do que se trata. «É uma situação clínica que tem a ver com excesso de trabalho, tem a ver com uma fase complicada na profissão. É uma entidade clínica usada para identificar pessoas que ao longo da sua vida viveram momentos de grande tensão e stress, mas sempre ligado à vida profissional. O burnout só se relaciona com a atividade profissional, é um esgotamento», explica o clínico, que revela, também, o tratamento: «É o descanso, o afastamento. Em casos de pessoas com idade mais avançada pode encaminhar-se para a reforma, o que não é o caso. Quanto à medicação, depende dos sintomas»."