Ainda há quem se surpreenda com estas notícias educativas?
Na sequência doutros estudos com conclusões semelhantes (e muito preocupantes), "a Universidade do Minho concluiu que os alunos com melhor desempenho escolar estudam 15 horas semanais para além das aulas, não valorizam outras actividades e revelam pouca criatividade. 40% têm explicações no secundário". Não é, portanto, de estranhar que, com base num grande estudo da OMSaúde, se conclua que "a falta de autonomia dos nossos adolescentes é assustadora"; e sabe-se que tudo começa cedo.
Com toda a prudência em relação às causas, é factual que os últimos anos acentuaram uma sociedade - excessivamente competitiva - que depositou na escola as tarefas educativas. Para além disso, os alunos perderam os espaços não supervisionados. O "espaço livre para brincar" desapareceu. A sociedade ausente até capturou a organização escolar com detalhes elucidativos: pavor com o tempo livre no "furo" escolar, redução de intervalos e supressão de espaços não vigiados. Interroguemos assim: ainda há quem se surpreenda com estas notícias?