da escola, dos currículos e das coisas óbvias
São sensatos, moderados e razoáveis os que advogam a escola completa, total ou integral. Escolhe-se um dos adjectivos e percebe-se a preocupação com o imperativo democrático. É, portanto, desconhecedor classificar essa sensatez como não defensora dos saberes estruturantes da matemática e das línguas maternas. Aliás, esta datada separação parecia arquivada, uma vez que entre essenciais (como na divisão entre conteúdos e competências) só há espaço para união. Mas não. A obsessão métrica de Nuno Crato recuperou-a. Com isso, desequilibrou os currículos e hierarquizou disciplinas. Percebeu-se que o afunilamento mergulharia no politicamente correcto em obediência à supremacia orçamental. Mas a realidade inscreve mais: regista-se o temor à mudança, até à que não se traduz em mais despesa.
Repita-se o óbvio. A construção curricular não é uma criação divina. É uma obra humana e evolutiva. Alargou saberes, caminhou com equilíbrio e desaconselhou extremismos. A história não se cansa de o comprovar e de nos relatar as consequências.