"O Amante de Um Dia"
No fim do filme pensei no ensaio de Gilles Lipovetsky, "A Era do Vazio". Este ensaio, ou ensaios, sobre o individualismo contemporâneo é muito bem retratado neste filme a preto branco e com pouco mais de 70 minutos. É evidente que não imagino se o argumentista pensou no ensaio referido. Com quatro ou cinco personagens, Philippe Garrel constrói uma narrativa com silêncios que dizem mais do que mil palavras. A ver mesmo.
"O Amante de Um Dia". Título original: L'amant d'un Jour. De: Philippe Garrel. Com: Éric Caravaca, Esther Garrel, Louise Chevillotte. Outros dados: FRA, 2017, Preto e Branco, 76 min.
"Quase 50 anos após a estreia de "Le Révélateur", o seu filme de estreia de 1968, Philippe Garrel regressa aos filmes para completar a sua chamada "trilogia do amor", iniciada em 2013 com "Ciúme" e continuada dois anos depois com "À Sombra das Mulheres". Centra-se em Gilles, um professor de filosofia interpretado por Ériv Caravaca que namora e vive com uma das suas alunas, Ariane (Louise Chevillotte). Tudo está bem até ao dia em que a filha de Gilles, Jeanne (Esther Garrel, filha do próprio realizador, além de irmã de Louis Garrel), da mesma idade de Ariane, vai morar com eles após acabar a relação em que estava.
Um drama romântico com apontamentos de comédia que foi originalmente apresentado em Portugal na edição de 2017 do Lisbon & Sintra Film Festival." PÚBLICO