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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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"O velho e o mar" e o Nobel da literatura

14.10.16, Paulo Prudêncio

 

  

 

"O Velho e o Mar"”, de Ernest Hemingway (1952), é uma obra-prima do Nobel da Literatura de 1954. Li-o, a primeira vez, na adolescência (a minha época do "Moby Dick", de Herman Melville o autor do fascinante “Bartleby”). Recordo-o como contemporâneo das letras que Bob Dylan, o Nobel da Literatura de 2016, musicava. São "romances" paralelos, se me permitem. A actualidade certifica o fenómeno. "O Velho e o Mar"” retrata a amizade de um velho e pobre pescador com um rapaz. Tudo acontece no dia em que o velho, que há muito nada pescava, se confrontou com o peixe da sua vida. Chegou a terra apenas com o esqueleto de um espadarte delapidado por tubarões. Está tudo ali. 

Não resisto a transcrever um pedaço da tradução de Jorge de Sena:

- Que tens para comer? – perguntou o rapaz. 
- Um tacho de arroz de peixe. Queres? – perguntou o velho. 
- Não. Como em casa. Queres que eu acenda o lume? 
- Não. Acendo-o eu depois. Ou como o arroz frio.
- Posso levar a rede? 
- Claro que podes.

Não havia rede, o rapaz lembrava-se de quando a tinham vendido, mas todos os dias representavam esta cena. Também não havia tacho de arroz, o que o rapaz também sabia. 

 

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