Os 5 minutos escolares e os "Maluquinhos de Arroios"
A profissão de professor é, de longe, a mais escrutinada em Portugal. Até o verniz da bancocracia estalar de vez, era a culpada pelo estado da nação. A devassa permitiu tudo.
Uma hora escolar foi de 50 minutos durante décadas. No final do milénio passado, a duração passou para 45 ou 90. Ou seja: a redução de 50 para 45 originou um imbróglio lusitano de 5 minutos (já vai quase em 20 anos sem solução à vista). Crato equacionou a possibilidade dos 50 (mas cheia de perversidades), sem eliminar os 45 e os 90. Os horários dos professores passaram a ser contados ao minuto e os intervalos dos petizes a quimeras; valha-lhes não sei o quê e ficou tudo como estava. Se para que as escolas abram todas em Setembro não fossem suficientes alunos, professores, outros profissionais e horários, algumas estavam décadas a organizarem-se.
Os ""Maluquinhos de Arroios", como lhes chamou, veja-se lá, Vasco Pulido Valente no Público, tiveram outra epifania: passar a hora escolar para 60 minutos. Andaram as escolas a operacionalizar a "possibilidade austeritária" que se esfumou de imediato por falta de racionalidade.
Se Vasco Pulido Valente escreveu (13 de Janeiro de 2013) o que pode ler a seguir, e que se mantém, é altura de interrogarmos o futuro imediato.