O OAL, a política educativa e o desaparecimento de professores
Os cortes a eito de Crato (cortes curriculares, mais alunos por turma e mais turmas por professor, agregações de escolas e horários ao minuto) fizeram "desaparecer" 33.000 professores (cerca de 25% do total) entre 2013/14 e 2014/15. Em Junho de 2013 (plena troika), os professores desencadearam uma heróica greve a avaliações e exames que impediu mais 15.000 "desaparecidos". Os professores venceram a batalha. Foi negociada uma justa fórmula no crédito horário das escolas inserida no despacho (OAL) de organização do ano lectivo (parece uma coisa de tresloucados, mas é assim) que impediu mais "desaparecimentos".
Para o ano lectivo 2016/17, o Governo reduz esse crédito, tem aqui o OAL, numa margem que pode chegar a 75%. Fará uma análise caso a caso, exigirá capacidade de projecto aos directores escolares e a última decisão será da Directora-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. Não sei se os membros do Governo conhecem a duríssima história dos professores portugueses na última década. Espero que conheçam e que a plataforma de sindicatos estude as matérias. Sinceramente: nem se espera outra coisa.