do manifesto 2.0: e agora? Haverá vida em Marte?
Elogia-se a coragem informada do Governo no caso cooperativas ilegais e redundantes, mas a defesa da escola pública não se esgota aí; obviamente. E não é preciso recuar muito para o que é "consensual" mudar. Há questões com implicações orçamentais e outras não: "apenas" de reposição democrática.
Alunos:
Quando é que se contraria o afunilamento curricular (que começou em 2003 com a "reforma" do secundário) de Crato, sem ser apenas na mudança de provas finais para aferição?
Quando é que se reduz alunos por turma?
Profissionais:
Quando é que se descongelam carreiras (praticamente congeladas no que levamos de milénio)?
Quando é que se repõe a decência na avaliação do desempenho (o congelamento de carreiras é que silencia o desmiolo)?
Quando é que se encara de vez a elevada média etária, e o burnout, dos professores (tão discutida em campanhas eleitorais), nomeadamente revendo o seu estatuto de modo a impor decência (sem empurrar pessoas para reformas com indecentes penalizações) na redução da componente lectiva por idade e tempo de serviço e na distribuição do serviço docente?
Quando é que se confia nos professores e se elimina a hiperburocracia (em modo digital também)? No primeiro simplex, o MEC de então acelerou em sentido contrário. Como será no simplex dois? O "escola a 360 graus" não é animador.
Organização das escolas:
Quando é que se altera o modelo de gestão no sentido de esclarecer três variáveis: municipalização, agrupamentos e democracia interna das organizações?
Quando é que se requalificam as escolas não abrangidas pela parque escolar?
E podíamos ficar horas a elencar componentes críticas ou em detalhes técnicos (que explicariam a execução de algumas das medidas referidas com os meios existentes). Mas um pequeno post é suficiente para sublinhar que a defesa da escola pública tem exigências que não são marcianas.