"Os críticos do capitalismo selvagem ficam sem argumentos com a alegada corrupção de Lula, Sócrates e afins." É evidente que não. Quem colocou a questão não existe. É um flash mediático. Até a história recente, a da Itália do final do século passado, por exemplo, explica a receita e a separação dos ingredientes. Claro que a esquerda perde, mas não é por falar em nome do povo; a vox populi é para todos ou também não existe. Vou pela segunda. Os professores portugueses conhecem bem os farsantes. Clara Ferreira Alves (2015:53), em "Pai Nosso", adianta: "O mundo é mais curto do que pensamos, é um elástico que regressa ao ponto donde foi esticado."
"Os debates económicos raramente terminam com uma derrota técnica. Mas o grande debate político dos últimos anos, entre keynesianos (que defendem a manutenção, e até aumento, dos níveis de despesa pública em contextos de recessão), e os austeritários (que pugnam por cortes imediatos na despesa), está - pelo menos no plano das ideias - a chegar ao fim. No ponto em que estamos, a perspectiva austeritária implodiu: não só todas as suas previsões falharam por completo quando confrontadas com a realidade, como a própria investigação académica, invocada para suportar essa doutrina, acabaria por se revelar repleta de erros e omissões e feita com estatísticas duvidosas.(...)"
Post de Paul Krugman(The New York Times) de 25 de Abril de 2013.
"Os portugueses se atormentam, se perseguem e se matam uns aos outros, por não terem entendido que o Reino, tendo feito grandes conquistas, viveu por mais de três séculos do trabalho dos escravos, e que perdidos os escravos era preciso criar uma nova maneira de existência, criando os valores pelo trabalho próprio".
Este post é de 10 de Junho de 2009. Fico com a ideia que aquela inabalável ideia do safanço deve ser revista.
"É tal o estado a que chegou o sistema escolar em Portugal que não me lembro de outro ano assim (talvez aquela saga dos concursos com uma aplicação informática inenarrável tenha algumas semelhanças no domínio da incompetência técnica). Desalento, confusão, inacção e uma série de diplomas legais sem pés nem cabeça que a grande maioria não consegue cumprir e os que dizem que os executam fazem-no a fingir, por temor ou por oportunismo.
E lembrei-me de um pequeno vídeo, de cerca de 2 minutos, que nos pode dar alguma esperança e que sublinha um dos motes mais conhecidos da nossa organização: "lá nos havemos de safar"; é só ver o vídeo com atenção e dar asas à esperança.
A justiça deve "adaptar" as decisões aos momentos políticos? Não deve; se o fizer, degrada a democracia e a imagem das instituições.
Se há indício de crime, mais ainda se os ilícitos são comprovados, a justiça deve actuar sem preocupações com as consequências políticas e ponto final; o que foi dito não invalida o escrupuloso respeito pela presunção de inocência dos arguidos nem a possibilidade dos terríveis erros judiciários.
Quando comecei a usar a internet, por volta de 1994, apreciei o fenómeno e a sua universalidade, mas percebi que as inevitáveis redes sociais teriam muito de supérfluo e vacinei-me (aconteceu o mesmo com os jogos de computador uns anos antes e com as telenovelas televisivas na década anterior). O envolvimento na blogosfera docente "exigiu" a ligação ao twitter e ao facebook. Vejo utilidade nessa web 2.0 como complemento ao blogue, como um bom espaço de informação ou para comunicar com familiares ou amigos. Escolho estas alturas para me resumir à blogosfera e não farei ligações para as outras redes sociais.
Não é preciso recordar "as 10 estratégias de manipulação" definidas por Noam Chomsky para explicar a estranha, antiga, sistemática e doentia mediazação à volta de mais ou menos uma prova (final ou de aferição) para crianças de sete ou nove anos. Até o novo PR (e entre o caso Banif e o Novo Banco) lá deu asas à veia comentarista para todos os gostos: entre as epifanias cratianas e o "novo tempo", forçou um risível nim. Mas voltando a Chomsky: mediatizar muito o supérfluo tira espaço para o essencial; e é tanto.
RS defendia a herança empresarial: "a empresa no tempo do meu avô já era uma organização democrática em plena ditadura" e argumentava em detalhe no fórum TSF. O interlocutor duvidava, com ênfase na impossibilidade perante um regime totalitário.
Tendo a concordar com RS. Não existem organizações em abstracto. Dependem das circunstâncias, claro que sim, mas também das pessoas que dão corpo aos fenómenos. Por outro lado, não existem barreiras tão sólidas que impeçam "desvios". Quantas vezes não nos cruzamos, mesmo em democracia, com organizações com um conjunto de tiques que nos levam a concluir: se entramos numa ditadura, estará de imediato na primeira linha. Parece-me que estas fronteiras são frágeis e isso reforça o cuidado que se deve ter na preservação e aprofundamento das democracias onde, e em princípio, é mais difícil desrespeitar os elementares princípios de justiça e liberdade.
Mesmo em tempos diferentes, obviamente, penso que o norte-americano Benjamim Franklim voltaria a dizer mais ou menos o seguinte:"uma sociedade que renuncie a uma parte da sua liberdade para ter um pouco mais de segurança, não merece uma nem outra e acabará por perder ambas."