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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a transbordar de emoções

30.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Impressionou-me o clima de autenticidade no almoço de ontem, em Leiria, da candidatura de Sampaio da Nóvoa. Foi um sinal muito positivo e transbordante de emoções. Era bonito se se confirmasse Proust:

"parece que certas realidades transcendentes emitem em torno de si radiações a que a multidão é sensível. É assim que, por exemplo, quando se dá um acontecimento, quando na fronteira está um exército em perigo ou derrotado, ou vitorioso, as notícias bastante nebulosas que dele chegam e de que o homem culto não sabe retirar grande coisa, provocam na multidão uma emoção que o surpreende e na qual, depois de os especialistas o terem posto ao corrente de verdadeira situação militar, ele reconhece a percepção pelo povo daquela “aura” que rodeia os grande acontecimentos e que pode ser visível a centenas de quilómetros".

 

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Acabaram com o exame do 4º ano de um dia para o outro?

30.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

E Nuno Crato não recuperou os exames do 4º ano de um dia para o outro sem qualquer recomendação conhecida? Para além disso, ainda se contraditou ao generalizar sem testar e deu razão aos que o acusaram de motivações exclusivamente ideológicas.

 

A repetição tornou-se o nosso modo de ser e o sistema escolar não escapa ao desnorte, mesmo que se considere que para aprender é necessário repisar muitas vezes. Os exames são um metabolismo útil nos sistemas que incluem mais do que um aluno. Desta vez, o eduquês (ou rol de inutilidades inventado por quem tem falta de terreno), que vem sempre de onde menos se espera, baptizou-os de prova final.

 

Num sistema com escala industrial, generalizar sem testar pode criar um peso burocrático que transforme um procedimento docimológico num pesadelo organizacional redundante, que apenas confirme o que já se sabia e que se vire contra o próprio como comprovam a história das correntes ideológicas e pedagógicas. E já que estamos em maré de exaustivas repetições, e para além de não nos devermos esquecer que a primeira regra para aferir a saúde de uma sociedade é verificar se a retórica coincide com a realidade, repito um post de há uns dias:


Discutir em que anos é que há exames, e em que disciplinas, é uma matéria interessante. Tornar a questão numa contenda ideológica só é possível em sociedades imaturas ou em crise (não estou a ser ingénuo, não). E como me tenho cansado de escrever, a nossa sociedade é a parte maior do problema.

 

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um domingo com Sampaio da Nóvoa

29.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

Sampaio da Nóvoa chegou às Caldas da Rainha às 10h00 e passou por Alcobaça, Leiria, Pombal e Marinha Grande. Registei o entusiasmo crescente numa candidatura feita pelo voluntarismo da cidadania e que promete. A foto retrata uma entrevista a uma rádio local no quiosque da "Praça da Fruta" nas Caldas da Rainha.

 

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uma prioridade escolar para o novo Governo?

28.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Eliminar a prevalência do mercado escolar, do cliente escolar e do neoliberalismo escolar deve ser uma prioridade para o novo Governo. As três patologias adoeceram o sistema escolar. São enfermidades que vão para além da crise da escola que integra historicamente a sua definição como instituição.

 

Os rankings como modo único de vida, o senso comum como dominador da autoridade escolar e o individualismo das escolas, e dentro destas os grupos de interesses alinhados com a partidocracia local, atingiram um ponto crítico.

 

A propaganda escolar inspirou-se na lógica do "mercado selvagem". A cooperação dentro das redes escolares, a boa gestão de recursos e a prevalência de um ensino emancipador, ecléctico e que accione o elevador social foram ideias secundarizadas com o avanço do milénio e com uma queda a pique nos últimos quatro anos.

 

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do ilusionismo habitual?

27.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

Vão aparecendo os tais truques e crateras orçamentais que surpreendiam os novos governos de modo a executar cortes nos do costume e incumprimentos de promessas eleitorais. Estas coreografias do arco governativo incluíam apelos a reformas "estruturais", sempre exigidas pelos "Compromisso Portugal" e por banqueiros que não "aguentavam mais com tanto stress". Espera-se que o novo arco traga decência a estes exercícios.

 

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curto prazo

27.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

1ª edição em 10 de Maio de 2012

 

 

 

A relação entre a qualidade das escolas e a ambição escolar dos alunos é directa e proporcional. Embora seja difícil encontrar estudos empíricos concludentes sobre o assunto, uma vez que as variáveis em causa requerem avaliações sistemáticas e modelos consolidados, podemos afirmar, com segurança, que o grupo de alunos é decisivo para os indicadores de qualidade de uma escola ou de um sistema escolar.

 

A ambição escolar parece ser mais determinante do que as condições socioeconómicas, apesar de serem igualmente decisivas. Num país como Portugal que, depois de quarenta anos de democracia, apresenta taxas elevadas de insucesso e abandono escolares, é natural que a desorientação, e a constante alteração de políticas, seja simultaneamente causa e consequência e se transforme numa espécie de autofagia.

 

Há um refúgio justificativo no longo prazo e com razão. Encontramos uma boa explicação se nos compararmos com países que eliminaram o analfabetismo no século XIX e mesmo que essas sociedades tenham registado oscilações nas condições socioeconómicas, a ambição escolar é assumida, intergeracional e constante. Contudo, esse aconchego da consciência não deve ignorar o curto prazo. Em meia dúzia de anos, numa escola ou no sistema escolar, é possível erguer algo de significativo ou destruir o que levou anos a construir.

 

A par da ambição escolar dos alunos, podemos situar a confiança nos professores. Se esse requisito relacional é um metabolismo basal nas sociedades em que se generalizou a ambição escolar, torna-se ainda mais decisivo nas sociedades como a nossa onde se exigem cuidados redobrados e não se pense que há aqui qualquer espécie de corporativismo.

 

A desconfiança nos professores é intuída pelos alunos (mais grave ainda em alunos muito novos e é também por isso que a gestão escolar é muito diferente numa universidade se comparada com um jardim de infância ou com outro ciclo do não superior), desautoriza as salas de aula, prejudica o ensino, afecta todos os alunos e origina a escolha das escolas pelos que têm ambição escolar.

 

A segregação social dificulta a eliminação do abandono escolar. A miscigenação dos diversos níveis de ambição escolar é tão determinante para a qualidade dos sistemas escolares como é em sentido lato para o crescimento da decisiva classe média que fortalece a democracia.

 

Em Portugal regrediu-se acentuadamente na confiança nos professores nos últimos seis a sete anos. Foi um choque de desconfiança. Se a avaliação de professores e o estatuto do aluno estão na memória colectiva e com efeitos que ninguém se atreverá a refutar, o modelo de gestão escolar segue o mesmo caminho apesar de menos mediatizado.

 

 

 

editorial (27) - twitter e facebook

25.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

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Liguei o blogue ao Twitter e ao Facebook em 2009 e uso as cronologias com a mesma intenção de divulgação (no facebook faço ainda alguma interacção com familiares e amigos). Não publico por lá os posts todos. Pelo descrito, é natural que aceite todas as "amizades" nessas redes, mas com a interacção muito condicionada. Só removo "amizades" quando vejo que não há mesmo pachorra (deixo de seguir primeiro e depois apago mesmo).

O que se espera do novo Governo?

25.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

Espera-se decência e que não descolem da realidade. Os governantes da última década deixavam perplexas, tal o grau de manipulação, as pessoas minimamente informadas. O elenco governativo já conhecido parece receber boas opiniões. É evidente que uma década de queda acentuada requer tempo para reerguer o essencial, mas é fundamental que a sociedade perceba uma firme vontade de mudar.

António Costa é primeiro-ministro

24.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

Cavaco Silva syrizou e seguiu o tortuoso guião. Reconheça-se a perseverança, e a coragem, de António Costa e os méritos de Catarina e Jerónimo. Abrem-se crises nos partidos da direita. A radicalização foi penalizada e até Merkel a dispensa na imprescindível nova fase europeia; espera-se.

 

Post editado no facebook há cerca de uma hora com base nesta notícia do Público.

cada um deles representa

24.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

"(...)Ora, não se deve matar pobres, porque cada um deles representa esmolas possíveis, quer dizer Boas Acções. Como dizia o Poeta, "os pobres são só degraus da escada que conduz os ricos ao Céu."(...)"

 

Nuno Bragança (2009:34),

A Noite e o Riso, Obra completa.

 

 

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dos adiamentos de Cavaco Silva

23.11.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Prefiro continuar a pensar que Cavaco Silva syrizou e que estas coreografias servem para que também os "seus" não lhe apontem a porta mínima. A opção de dar tempo aos "seus" para fotocópias, varridelas para debaixo das carpetes e últimos jobs, é demasiado antipatriota para um PR; como seria também impensável que Cavaco Silva "desse tempo" a António Costa para conseguir um melhor acordo com os partidos à sua esquerda; afinal, um Governo em plenas funções é importante para a economia.

 

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RAFAEL MARCHANTE / LUSA

 

 

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