a abstenção subiu?
A descida da abstenção era uma impressão positiva das eleições de ontem; afinal subiu. Bem sei que em Portugal parecemos uns 100 milhões de pessoas tal o número de quadros de divisão administrativa (mais de cinquenta) e de concelhos. Nunca sabemos exactamente quantos somos e dominamos os "truques" com números orçamentais. Mas não somos os únicos e já lá vamos a isso. Parece que os cadernos eleitorais demoram uma década a absorver actualizações e há os tais recentes emigrantes que não votaram por causa da burocracia; este último dado é estranho tal a nossa modernidade no assunto. Enfim: se calhar a abstenção não subiu e a democracia lá se aguenta. Os resultados das eleições é que estão confusos e tenho lido muita indignação porque os eleitores votaram na frente de direita. Sou um democrata, cada eleitor um voto e ponto final. Mas quando leio o financeiro alemão a afirmar que "isto mostra que uma política pode ter sucesso, e ser apoiada por uma maioria, mesmo que imponha medidas duras à população" percebo quem se recorda, com algum exagero, concordo, da tal síndrome de Estocolmo (vítimas que acabam a apreciar os malfeitores quando o pesadelo é longo). Será que o alemão (os que defendem que a Alemanha não resiste às tentações hegemónicas acham que Wolfgang Schäuble é um expoente) começa a vacilar porque também é viciado em truques numéricos e palas ideológicas? A história lá se encarregará.