dá que pensar tanta confusão com a BCE dos professores
O Governo entrou em pânico com a possibilidade de se repetir, desta vez em plena campanha eleitoral, o caos do ano passado com as colocações de professores. Atrasou o início das aulas e financiou empresas externas para "tratarem" dos concursos. Mesmo assim, assistimos a um "mais do mesmo com umas nuances de desconcentração" e veremos o que se passará nos próximos dias ou semanas. Francamente: tanta trapalhada dá alguma razão aos que dizem que há a intenção de destruir ainda mais a imagem da escola pública. O público, o público da liberdade de escolha, dirá: aquilo é sempre a mesma confusão. Será que essa agenda se sobrepõe aos votos?
Bem sei que o plano inclinado do sistema escolar já tem uma década e que as pessoas estão cansadas e divididas. Mas nunca li que a defesa da escola pública, e da igualdade de oportunidades, era uma causa fácil e de aquisição definitiva; pelo contrário. Para além disso, estes professores contratados, e os actuais alunos, não devem carregar sozinhos com a história porque os restantes actores se desiludiram. É uma boa altura para sublinhar duas frases célebres: "Tudo o que é sólido se dissolve no ar" e "há o dever de repetir o óbvio".