uma espécie de balanço escolar
Com a legislatura a chegar ao fim, ouve-se repetidamente que o diagnóstico dos problemas está feito e que sufragaremos as soluções. Não concordo. Os diagnósticos não são imutáveis e carecem de actualização depois de quatro anos a descer inequivocamente no sistema escolar.
Sublinhe-se que a vigente legislatura sucedeu a um período igualmente histórico e nefasto para os indicadores escolares. Mas os números do exercício da actual maioria não enganam.
O investimento em Educação já deve estar abaixo dos 3% do PIB. As taxas de frequência baixaram significativamente, depois de décadas com progressos incontestáveis: do básico e secundário ao superior e passando pela escolarização de adultos.
A redução no número de profissionais da Educação atinge os 30%. Os que estão em exercício revelam três características: desesperança, envelhecimento e sobrecarga de actividades lectivas e em tarefas inúteis. A reprovação e o abandono escolares aumentaram, não existindo qualquer indicador que inscreva os propalados ganhos em qualidade e rigor.
Os cortes a eito mergulharam o sistema escolar num pântano que começou a encher-se com as alterações no estatuto da carreira e na avaliação de professores. A destruição do que existia, e que vinha do século passado, atingiu o auge com os mega-agrupamentos e com o modelo de gestão escolar. A esse propósito, tem interesse a opinião, no Público de hoje, de um membro de uma das organizações de dirigentes escolares: