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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

não pode ser proibido proibir

25.09.14

 

 

 

 

Vou repetir o post que publiquei pela primeira vez em 18 de Julho de 2008 e que inscreve uma parte do que li aqui publicado hoje. Passaram seis anos e estamos num pico de inferno burocrático associado, naturalmente, a incompetências. Será que daqui a seis estaremos na mesma ou pior?

 

- "Devia de ser proibido legislar durante um ano em Portugal e, esse período, teria de ser dedicado a eliminar parte da legislação que existe".

 

Chegámos a casa por volta da uma da manhã. Na televisão corria um programa de prós e contras na RTP1: não sabíamos o tema mas ouvimos uma pessoa dizer a frase com que comecei o post. Que coisa mais acertada.

 

Em Portugal é assim e já o escrevi vezes sem conta: legisla-se de modo compulsivo.

 

Então no Ministério da Educação é mesmo uma coisa com décadas. Mas o mais grave neste Ministério, é que as pessoas que o fazem não tem o menor respeito pelo metabolismo das escolas.

 

Senão vejamos: se a legislação obriga a alterações significativas na organização escolar, o natural seria que fosse publicada no primeiro período lectivo, de modo a permitir que as escolas preparassem com tempo a sua aplicação. Mas não. Todos anos é a mesma coisa. Escolhe-se os meses de Julho, Agosto e muitas vezes Setembro, para divulgar novas "ideias" que obrigam as escolas a refazer, vezes sem conta, o seu trabalho de planeamento. É como já escrevi: os governantes nunca dirigiram uma escola, ou são incompetentes, ou não respeitam quem as dirige.

 

Nem era preciso parar durante um ano. Bastava dizer-se aos governantes da Educação que está reservado o período de Outubro a Dezembro para produzir nova legislação.

 

(Reedição. 1ª edição em 18 de Julho de 2008)

 

para além de

25.09.14

 

 

 

O sistema escolar está, para não variar, em reboliço. Mudou-se a eito e sem testar (depois de tanto se criticar a prática impensada) e a aflição generalizou-se.

 

Os indicadores da troika determinaram: reduzir, suprimir e cortar. É lamentável que tenhamos chegado a esse estado de urgência, que permitiu a sentença de quem veio de fora: é tarde para terem direito a pensar.

 

Mesmo assim, os verbos que o empobrecimento nos obrigou a conjugar não explicam a ausência de pensamento e nós ainda conseguimos ir além disso.

 

carta aberta - mário silva

25.09.14

 

 

 

Recebi por email com pedido de divulgação:

 

 

"Estimados bloguers,
 
Acompanho com assiduidade os blogues do quarteto educativo como outros que têm o mínimo de imparcialidade e rigor técnico, como forma de reconhecimento pelo trabalho apresentado, já que não possuo as qualidades para pertencer e colaborar nesses grupos que se destacam. Dito isto, envio em anexo um artigo de um comentador do jornal Expresso que me fez revolver as entranhas, levando à náusea. Simpatizo a quem é dirigido o artigo e com o conteúdo; apenas fiquei irado de jamais ter sido escrito um artigo nos mesmos termos em relação aos ‘colaboradores’ em funções públicas.
Confesso que me assaltaram imagens pouco civilizadas, fantasiando estar vestido de negro a degolar umas quantas personalidades perante a câmara de vídeo, tal foi a revolta, raiva e indignação com que fiquei, por constatar que quem trabalha na administração pública é menos considerado que o dejeto do cão no passeio da rua…
No que respeita ao artigo, declaro que existiram vários portugueses, nos quais me incluo, que consideravam há vários anos a administração BES criminosa; e quando o exprimiam em conversas, eram rejeitados e atacados pelos que lá trabalhavam, com a cartilha psicológica que lhes tinha sido impingida no ambiente laboral.
Talvez agora, finalmente(?), percebam os sentimentos de há muitos anos, daqueles que têm como patrão o governo, e que têm sido os bodes expiatórios dos vários 'Ricardos Salgados' que por lá passaram, sendo apelidados de privilegiados em vez de vitimas. Têm sido responsabilizados, como manobra de diversão, pela porcaria que os outros fizeram, odiados, desprezados e prejudicados fortemente nas suas profissões, que dão o peito às balas, e são simplesmente 'colaboradores' como todos os outros. Para esses, que também estão a explorar à custa deles, não foi escrito um artigo de jornal a encorajá-los...
Contudo, contrariamente ao estado geral da população, empatizo sempre com todos aqueles que são vitimizados pelas decisões dos outros e considero indecente, abjeto e imoral destruírem as vidas dessas pessoas que não contribuíram para o descalabro; é pena que não haja a mesma empatia com as pessoas que trabalham em funções públicas...
E mais não revelo o que vai na minha alma, tal seria a repulsa com que ficariam se o revelasse; apenas declaro o profundo desgosto e tristeza de viver numa merda de sociedade tão culturalmente pobre..."

 

 

Mário Silva