da desconfiança como pesada herança
A desconfiança nos professores que se instituiu em má burocracia concebida por precaução, e que uma vez obtida é arquivada, começou antes do consulado de Lurdes Rodrigues e Valter Lemos (esse descomunal inventor de inutilidades), mas foi excepcionalmente potenciada a partir daí. A desconfiança em forma de evidências inenarráveis estabeleceu-se no seu esplendor através de dois comprovados monstros: a avaliação de desempenho e o concurso de professores titulares.
Essas dilacerações da atmosfera organizacional deixaram marcas profundas nas escolas.
O "eduquês organizacional", o mais nefasto para quem anda pelas escolas, foi-se disseminando também no modo digital. O número de ficheiros digitais que circulam nas redes escolares deve atingir toneladas não mensuráveis. Tenho ideia que o recente anúncio da PT, que afirma a capacidade em sediar na Covilhã toda a informação do planeta, não contabilizou o MEC e a máquina do sistema escolar. Será mesmo impossível tratar os bytes informacionais produzidos nesta saga de desconfiança na profissionalidade dos professores. E o mais grave, é que todo esse esforço se reflecte na qualidade de um sistema que armazena alunos e sobrecarrega os seus profissionais.