da exaustão escolar (2)
(Já usei parte deste texto noutro post.
Se é para repetir, então que se repita)
Convenço-me que esperamos que as nossas escolas não caminhem para o estado em que as rotinas só se quebram com exames.
É evidente que temos que considerar que o sistema escolar está mergulhado numa desesperança que se acentua nos finais de ano lectivo e que o clima que se vive na sociedade, e que se alastra aos profissionais das escolas, é de angústia profunda. A "fuga" à realidade é o escape num sistema que acentuou o apelo à desmobilização com a revisão curricular e com a gestão escolar. Dá ideia que o que sobra dos planos de actividades funciona em jeito de catarse.
Se a escola é a cultura permanente da exigência, da finalidade e da regra, o seu ambiente relacional não sobrevive sem o afecto, a amizade e o drama.
Os exames são um metabolismo útil e basal nos sistemas escolares que incluem mais do que um aluno. No nosso caso, e com um GAVE estratosférico, generalizar a coisa em doses industriais pode transformar um procedimento docimológico num pesadelo organizacional que apenas confirme o que já se sabia. A História, das ideologias e da pedagogia, ensina-nos isso.
E já que estamos em maré de exaustões, e para além de não nos devermos esquecer que a primeira regra para aferir a saúde de uma sociedade é verificar se a retórica coincide com a realidade, repito um post de há uns meses:
Discutir em que anos é que há exames, e em que disciplinas, é uma matéria interessante. Tornar a questão numa contenda ideológica só é possível em sociedades imaturas ou em crise. E como me tenho cansado de escrever, a nossa sociedade é a parte maior do problema. Proponho a leitura deste comentário da Ana aqui no blogue. É interessante seguir o raciocínio e chocar com o último parágrafo.