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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

da blogosfera - a educação do meu umbigo

20.03.13

 

 

 

Se alguém pensa descansar com a ameaça dos despedimentos

 

"… dos assistentes operacionais ou do pessoal técnico administrativo, é melhor pensar no que vão ser os corredores das escolas e o funcionamento dos serviços asdministrativos… e quem terá de assegurar isso."


 

Este post do Paulo Guinote é curto mas pertinente. Tem um profundo alcance, digamos assim.

da blogosfera - o país do burro

20.03.13

 

 

 

 

O terror quer avança mais uns passos



"O Ministério da Educação e da Ciência (MEC) anunciou que os professores com "horário zero" poderão passar, já a partir do próximo ano lectivo, ao regime de mobilidade especial. O Ministério da Educação continua a transferir milhões de euros para colégios com contratos de associação, redundantes porque situados nas proximidades de escolas do Estado. Na sua grande maioria, estes colégios são propriedade de personalidades muito próximas do poder político. Entre sacrificar o enriquecimento destes amigos e ameaçar professores com um despedimento a médio prazo e pô-los a receber metade do vencimento, o Governo não hesitou.(...)"

tal como se previa (2)

20.03.13

 

 

 

 

 

Nuno Crato e o SE Casanova não disseram a verdade sobre os professores do quadro quando asseguraram que a mobilidade nunca se aplicaria a estes profissionais. E nem vale a pena usar o argumento de que há docentes sem componente lectiva. Isso só acontece por causa das drásticas reduções que se verificaram na carga curricular e na gestão escolar.

 

É fácil eliminar disciplinas ou semear o caos organizacional nas escolas e depois dizer que se tem professores a mais. Qualquer das variáveis provoca aumentos do abandono e insucesso escolares e são desaconselhadas por quem estuda estas matérias. No caso da gestão escolar e dos mega-agrupamentos, o processo em curso é mesmo inédito no mundo conhecido.

 

Também não adianta argumentar com a crise. O sistema escolar tem sido, há anos a fio, o mais depauperado dos sistemas públicos. O recurso dos governos ao outsourcing, a estudos encomendados a amigos e a algumas cooperativas de ensino que privatizam lucros devia envergonhar qualquer um.

 

Há já um dirigente escolar que acusa o MEC de querer "exterminar os professores, enquanto profissionais e como cidadãos". A desleladade governativa escolhe sempre a entrada em período de pausa lectiva para anunciar este tipo de coisas.

 

 

Professores com "horário zero" vão passar ao regime de mobilidade, anuncia ministério

 

"Tutela quer reduzir quadros de zona pedagógica, de 23 para sete, já para o próximo concurso.(...)"

dos mitos e dos excessos no escolar

20.03.13

 

 

 

Recebi por email um texto atribuído a José Matias Alves e que confirmei aqui. É um bom exemplo da crítica ao eduquês que, na minha modesta opinião, interessa combater e implodir.

 


"Dos Mitos.

 

O excesso de planificação e de planos.


"Continuamos a viver num sistema marcado por várias ilusões: a ilusão do comando e do controlo, a ilusão do poder dos decretos e do diário de república (vasto cemitério de leis); a ilusão das lideranças heroicas, salvíficas e solitárias; a ilusão da comunidade educativa; a ilusão dos projetos, planos e programas.


Nesta crónica defendemos a tese que quando há um excesso de planificações, planos e projetos a realidade tende a ficar muito aquém do desejado e previsto. Mais: tende a ser substituída pelas ficções das narrativas que se escrevem ou esquematizam. Partindo de Pfeffer and Sutton (2000,2006) identificamos 5 barreiras à ação resultantes deste excesso: 

1. Quando o discurso e a escrita substituem a ação. Na arena escolar, muitas vezes basta escrever para não ter de agir. Outras, o esforço de planificar esgota a vontade, a energia ou tempo para concretizar. Outras ainda, o que interessa, segundo a boa regra burocrática não é o fazer mas o que se escreveu sobre o que se vai fazer ou sobre o que já se fez.


2. Quando a memória substitui a nova ação. A ênfase da planificação alimenta-se, em regra, da memória, do passado e isso dificulta um ajustamento às novas realidades emergentes.


3. Quando o medo impede a ativação de novo conhecimento. Quando as pessoas estão sob pressão e com medo do seu futuro, não vão trabalhar com afinco, imaginação e ousadia.


Pfeffer e Sutton encontraram duas consequências negativas em organizações que eram governados pelo medo: (l), levou as pessoas a concentrarem-se apenas no curto prazo, muitas vezes causando problemas a longo prazo, e (2) enfatizou a sobrevivência individual desprezando a coesão do coletivo.


4. Quando a obsessão da medida obstrui o bom senso. Uma preocupação com resultados de medição em sistemas de monitorização que (a) são muito complexas, com muitas medidas, padrões e indicadores difíceis de operacionalizar, (b) são altamente subjetivos na implementação, e (c) muitas vezes fazem perder importantes elementos de desempenho. 


5. Quando a concorrência interna transforma amigos em inimigos. Quem é o inimigo? Pessoas dentro da organização ou concorrentes externos?
Se a concorrência e a competição internas são a filosofia de gestão,


(a) promove a deslealdade para com colegas e a organização como um todo,


(b) prejudica o trabalho em equipa, e


(c) inibe a partilha de conhecimentos e a disseminação das melhores práticas.

Vivemos sob o signo da projetocracia, do excesso de planificações e planos. No excesso de retórica e pobreza de práticas (Nóvoa). Da avaliocracia. Precisamos de um novo tempo. Um tempo de leveza dos planos; um tempo de ativação das inteligências adormecidas; um tempo de mais contacto na ação coletiva; um tempo de menos papéis; um tempo de mais reflexão colaborativa; um tempo de uma ação mais humilde, arriscada e empreendedora."