do suicídio da europa
A conversa derivou para os tiques totalitários do tempo em que vivemos e introduzi, para relativo espanto dos meus interlocutores, o SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho na Administração Pública). Como tínhamos partido do maoismo, do estalinismo e de outros ismos, foi natural a surpresa com a aparente derivação da minha questão e concordámos que para se entender o alcance da afirmação é necessário mergulhar na dilacerante atmosfera relacional que provoca.
O primeiro alerta da devastação veio da France Telecom onde 35 trabalhadores se suicidaram entre 2008 e 2009. O espírito SIADAP tinha sido levado às últimas consequências.
Desta vez o sinal vem de Paul Krugman e dirige-se ao "suicídio económico da Europa". Há, já não restam dúvidas, um qualquer maquiavelismo do género dos ismos enunciados a que não são estranhos os processos portugueses como o mediatizado BPN.
"(...)E se o flagelo aparentemente crescente na Europa de suicídios motivados pela crise económica, face ao desespero com o desemprego e falência das empresas, for lido como uma história não tanto sobre casos particulares de indivíduos, mas sobre a aparente determinação dos líderes europeus em cometer um suicídio económico de todo o continente?(...)"