bem sei
Está no DNA de muita gente a aversão à direita política por causa do que se passou antes de 25 de Abril de 1974; percebo do que falam.
Passados quase 40 anos da revolução dos cravos, estamos na bancarrota. O tempo de governo foi dividido pelo PSD e pelo PS e não se notaram grandes diferenças, a não ser em temas ditos fraturantes.
Nesta primeira década do milénio, podemos afirmar que o PSD, com a muleta do CDS, só não foi tão desastroso como o PS porque não teve tempo; ressalve-se que fica a sensação que Santana Lopes era um menino de coro se comparado com a trupe que nos desgovernou na segunda metade.
Em 2005, o PS recebeu uma inédita maioria absoluta muito por causa da ressaca da nossa direita desvairada. E começou cedo a dar asas ao seu snobismo-em-versão-hugo-boss-para-cima. Nas presidenciais de 2006 hostilizou Manuel Alegre e nas seguintes fez-lhe o mesmo; sempre em nome duma cooperação estratégica e com vergonha dessa-coisa-dos-esquerdistas-radicais.
É, portanto, caricato o apelo de Manuel Alegre. Compreende-se o eterno ressentimento com a direita, só que quem o excluiu foram estes socialistas e José Sócrates. Mais até, e por ironia, do que o centro e a direita; principalmente nas primeiras presidenciais.
O carácter de um homem não se mede pela ideologia. O fanatismo tem uma negatividade ambidestra. Os eleitores de esquerda não clubistas só estão a fazer aquilo que é necessário: livrarem-se dos falsos em nome do país.