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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

afunilando

22.03.11

 

 

 

O tipo de gestão escolar imposto pelo ME (Decreto-lei nº 75/2008) está tão na génese das desastrosas políticas da Educação como o modelo de avaliação de professores. A imposição abriu uma espécie de caixa de Pandora e encontrou aplausos nos pouco crentes nos méritos da democracia.

 

À medida que o tempo se escapa, a ideia de agrupar escolas associada à fuga da democracia tem fragilizado o poder democrático da escola e acentuado o desperdício de dois nomes quando eram ainda mais vitais: a cooperação e a mobilização. Chega a ser difícil de descrever o modo como se dilacerou a atmosfera relacional nas nossas escolas.

 

Entre o rol de deméritos, encontramos nas posições cimeiras o abandono das tão propaladas ideias de autonomia e de responsabilidade. O citado decreto chega a ser considerado singular no mundo conhecido, ao inscrever um concurso para director que é também uma eleição. Por outro lado, garante aos Conselhos Gerais a possibilidade de eleger e demitir o director, mas recorre ao SIADAP para outorgar a um director Regional o poder de avaliar com quotas as figuras executivas das escolas. Tanto desmiolo em tão pouco tempo é obra.

 

O Ramiro Marques, aqui, volta a fazer um post sobre o assunto com excertos do último livro de Licínio Lima.

 

 

"(...)Agrupar todas as escolas obrigatoriamente através de uma lógica imposta de "verticalização", sujeitando os agrupamentos horizontais à sua reconversão forçada, é insistir numa lógica de dominação e de imposição hierárquica de todo incompatível com os objetivos de democratização da educação e com o discurso de autonomia da escola.
 
As boas soluções [...] raramente são aquelas que, desenhadas nos gabinetes que pensam, se arrogam o estatuto de decisões ótimas e de generalização universal, à prova de qualquer intervenção dos atores considerados periféricos e condenados à condição de meros executantes, mesmo assim devidamente vigiados.(...)
 
In Administração Escolar: Estudos. Porto Editora, 2011, p. 100

 

os cómicos

22.03.11

 

 

 

O arco da governação e a oposição oficial cativaram os lugares e abespinham-se com qualquer sinal de vida para além do mainstream. Normalmente, acenam aos eleitores com a ameaça de desgraça na economia e nas finanças.

 

Vamos lá ver se nos entendemos: todos sabemos que há uma componente internacional no que estamos a passar, mas ao fim de 36 anos de democracia era difícil fazer muito pior do que este financiamento partidário, do que estas PPP´s, do que esta justiça, de que esta administração do Estado e do que este despautério bancário.

do ridículo

22.03.11

 

 

Dizia-me uma colega que esteve no Campo Pequeno na última manifestação de professores: senti-me ridícula. Já não suporto aquelas coreografias que mais parecem das claques de futebol e que são orientadas por profissionais das manifestações. Há tempos até umas vuvuzelas foram utilizadas. Estava cheia de vontade de sair dali.

 

Quando se monta um manifestódromo em frente ao ME espera-se o quê? A chacota social? Mesmo que se tenha toda a razão, como é o caso, este tipo de manifestações podem descrediblizar os argumentos perante a opinião pública e tornar banal uma coisa séria. Dá ideia que a tentativa de mostrar muita indignação através de ruído ensurdecedor é uma forma de aliviar a má consciência dos entendimentos e dos acordos.

 

Fenprof inaugura "manifestódromo" à porta do Ministério